Revista da Academia Paraense de Letras 1964
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Num dôce tatibitati, Maria me faz sorrir ... Dá prazer seu disparate. E mais ventura ela atrai, quando me pede, ao dormir; - "Minha abencina, papai! " Além desses dois tons da lira do nosso poeta, era tam– bém um retratista exímio. Descrevendo a figura do saudoso advogado, professor e homem de _ letras Elias Viana, traçou: Este, de porte médio, algo pelado, de nariz curto e de serenos ares, entre os bambas na Câmara do Estado, foi minha gente, o primus inter pares. Jurista sendo de valor firmado, Jamais temeu nem roncos nem esgares E é tribuno que joga para o lado Mesmo alguns, na oratória, luminares. Do Ensino foi querido palinuro : Nossa Escola Normal poz sempre à frente mostrando a chama do saber mais puro. Adora o Sonho e suas fantasias. E quando passa, triste, andar dolente, parece mesmo o bom profeta Elias. Pincelando em versos a figura de Remigio Fernandes : Com o bruto corpanzil de mata-mouro, quando êle passa, o bengalão brandindo, mete mêdo a menino, e êste num chôro cae e, após, perto dêle, acaba rindo._ É que êle é bom, é simples e é um tesouro de saber. Lira à mão, ascende ao Pindp, onde as musas em seu louvor, e em côro, lúnos entoam, cítaras ferindo. Em um de seus livros Jaques traç_ou o seu auto-retrato em um soneto. Para encerrar esta oraçao sou obrigado a re– produzir o terceto seguinte : -46-
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