Revista da Academia Paraense de Letras 1964
REVISTA DA Ac-ADEMIA PARAENSE DE LETRAS Mas o poeta, mesmo quando explora os veios da sátira e do humorismo, distribuindo risos, é sempre um ser sensí– vel, um emotivo. Há um outro Jaques Flores, terno, sentimental, delica– do, que é mais Luiz Teixeira Gomes do que própriamente Ja– ques, e que se revela em algumas produções esparsas. É o ho– mem amantíssimo do lar, que criou e edúcou cinco filhos, Ma– ria Lúci<!, João Luís, Carlos Rubens, Maria Leonor e Marcelo Otávio, auxiliado pelos desvelos de d. Jovita Caminha Gomes. Surge então um outro aspecto da vida íntima de Ja– ques Flores nos seguintes versos, dedicados a uma filhà em tenra idade : I I I MARIA LúCIA silába, apenas: mamã-papá. É O encanto que não se acaba, Nesta casa outro não há. Dá cheiroca, e a gente g'aba os mimos que ela nos dá. Faz graça, grita e se baba. Parada jamais está. Por toda a casa engatinha E, risonha, buliçosa, só deseja traguinar. Às vezes ralho. A tolinha fica me olhando e, medrosa, faz beicinho e quer chorar. X MARIA LúCIA já fala As palavras papagueia. É um encanto escutá-la, de vibrações ·tôda cheia. Quer na varanda ou na sala, De nada se mostra alheia. Corre, pula, não se cala; . Nas traquinagens campeia. -45-
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