Revista da Academia Paraense de Letras 1964
REVISTA DA ACADEMIA P ARAENSE DE LETRAS Dêsde êsse dia dentro em mim plantaste A ânsia infinitá dos desesperados, Pois voltando, nunca mais voltaste. Correm-se os dias de aflições cobertos : Eu entrei para o amôr de olhos fechados, E saí para a dor de olhos abertos! . .. Talvez por ser um poeta que muito produziu na moci– dade, os seus versos retratam muitas vêzes estados d'alma ju– venís: Foram por ti as lágrimas que os olhos Meus derramarãm! Só por ti, sómente, Que minh'alma de amôr entre os escolhos Há de convulsa, soluçar, um dia, A derradeira lágrima pungente, E o derradeiro ·grito de agonia ! E nestes outros maviosos versos : Sofri, não resta dúvida, sofri ! Jamais na vida algum enamorado Padeceu tanto quanto padeci. Trouxe, por muito, o peito lacerado, Por muito tempo o coração doente, Mas hoje, felizmente, Está, tudo acabado . . . Leva-me agora a todo esquecimento Assim como entre dúvidas te levo. :f: o que faço nó momento Em que debaixo de impressões me é dado Escrever êstes versos que te escrevo : Mensageiros que vão dizer-te ao ouvido, Que tudo entre nós dois está perdido, Tudo, tudo acabado . .. . -0- Quem sabe se amanhã, de alma serena, E de sereno espírito, depois, -34-:-
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