Revista da Academia Paraense de Letras 1964

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS nindo-se periàdicamente, sem mais nenh~a interrupção. De 1952 em diante a sua atuação tem sido objetiva, cons– tante e real. E não se diga que foi a idade somente que lhe deu ener– gias e capacidade realizadora. Não. Foi que aquela época - 1946 - a APL graças ao elevado espírito de seus sócios, à frente dos quais o brilhante confrade Osvaldo Viana - decidiu abrir suas portas aos novos, declarando vagas ca– deiras ocupadas por elementos que se haviam transferido com ânimo definitivo para fora do nosso Estado. E o san– gue nôvo, embebido num idealismo forte, foi compreendido pelos velhos que se empolgaram pela seiva que chegava. E hoje é isto que é, que somos : uma verdade na estrutura intelectual e artística do Pará. Somos, de fato, uma fôrça, porque valemos como ação, como trabalho, como produção e como verdade . Ninguém pode mais duvidar de nós e todos sabem que existimos e vivemos, no sentido completo da expressão vi– ver, porque respiramos, andamos, fazemos, produzimos, ani– mamos, trabalhamos e não estamos embuçados em túnicas ou escondidos em ton-es de marfim. Vivemos e sabem de nossa existê,ncia, porque estamos no meio do povo, somos parte dêle. Ninguém mais duvida de nós, nem olha a APL como uma casa de homens estranhos, diferentes dos outros, vai– dosos / ou como poetas procurando ouvir e entender estrê– las. Não, os poetas desta Casa, igual a tôdas as outras casas, procuram as estrêlas da terra, as mulheres, e ouvem e entendem muito bem o que elas falam e desejam e por isso · mesmo a nossa poesia tem o cheiro da terra e o perfume do mato. Poesia que é sangue, é seiva, é flama, é vida, é amor, na grandeza maior dos sacrifícios extremos . Tendo atuação permanente na vida cultural de nossa terra, a APL não está plenamente realizada, já que sàmente aos 59 anos de fundada conseguiu sede própria. Acredita– mos que a não existência da sede impedia a concretização de planos objetivos, justificando mesmo os colapsos que de cheio a atingiram. Conseguida a sede própria, graças ao espírito compreensivo do saudoso Governador Magalhães Batata, cujo nome perpetuamos, como prova de gratidão, em placa de bronze à entrada desta sede, tem a APL planos e largos para realizar-se plenamente e ser de fato uma cons– tante na vida cultural e artística de nossa terra. - 292 --

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