Revista da Academia Paraense de Letras 1964

O 63.º ANIVERSÁRIO DA ACADEMIA Ab1indo a sessão solene de 3 de maio de 1963, o aca– dêJmico Georgenor Franco, presidente do Silogeu, proferiu o seguinte discurso : "Comemora hoje a Academia Paraense de Letras o 63.º aniversário de sua fundação. E, apesar de tão longa idade, veneranda e provecta idade, não está ainda plena– mente realizada. E perguntarão os que nos ouvem: mas com 63 anos e ainda não está plenamente realizada? Eis a resposta: fnndada a 3 de maio de 1900, em solenidade pública no Teatro da Paz, a APL sofreu, logo de– pois, um colapso prolongado, que se estendeu pelo período de quase 13 anos, pois em 1913 foi reorganizada, elevando-se o seu quadro de sócios efetivos e perpétuos de 30 para 40, igualando-se às demais congêneres do mundo. Era de se admitir que com mais 10 intelectuais ti– vesse atuação decisiva na vida cultural do Estado, especial– mente sabendo-se ser •a segunda fundada no Brasil, depois da Academia Brasileira de Letras. Mas tal não ocorreu, lamentàvelmente, e nôvo colapso, mais longo, interrompeu a sua trajetoria, tendo a duração de 15 anos. Em 1928, aqueles mesmos que a reorganizaram em 1913, resolveram ressurgi-la em 1928, sofrendo, também, nôvo colapso . A verdade é que de 1900 a 1946, a APL foi notícia, e grande notícia, nos Jornais da terra, quando promovia ses– sões para empossar um nôvo sócio efetivo e perpétuo. Não atuav-a na vida literária e artística de nossa terra em cará– ter permanente, o que passou a se verificar de 1946 para cá, especialmente de 1952 aos nossos dias. Verifica-se, pois, que a APL não teve infância, nem juventude, nem mocidade, pois foi aos 46 anos que passou a atuar mais efetivamente na vida cultural do Estado, reu- - 291 - ·

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