Revista da Academia Paraense de Letras 1964

A MEU PAI MORTO Olha, meu pai, os vales verdejantes, Que amaste tanto, como estão sombrios! . . . Ouve-se apenas o chorar dos rios, Que serpéiam na várzea, soluçantes... E o sol de ouro, que outrora, em amavios, Dourava searas, ao vento balouçantes, Em crepe se envolveu (nimbus errantes), Deixando os·prados desolados, frios ... Dos pássaros cessou o alegre canto Irmão do teu. Tudo é silêncio. . . o pranto Rebenta em _fontes nos vergeis sem fim ... A casa-branca de ancestrais vazia . .. Só a brisa a consolar acaricia, Os verdes vales do Ceará-Mirim. .. 28.3.1964. - 257 - ,.

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