Revista da Academia Paraense de Letras 1964
I NOVE POÉSIAS DE SILVIO MEIRA RESSURREIÇÃO Neste dia de festas e alegria Em que as flores sorriem e o céu é claro, Olho a vida tranquilo e comovido. Tudo o que o tempo levou vibra em minh'alma, Tristezas, emoções, amôr, saudade . . . Nunca pensei galgar o cimo da montanha, Iniciei na planície, os passos titubeantes E o coração pequeno para a fé que encerra. Nova luz, novo céu, novas estrêlas, Nova aurora a surgir, Novo campo a florir enche os meus olhos ... Degraus que piso, soleiras de onde alcanço Horizontes sem fim. A alegria brotou como a flôr que repenta Em terra outrora inexplorada e fria .. . ~into em mim o milagre inesperado de uma ressurreição ... E tenho pena dos cegos, dos sem-alma, dos meus irmãos de ôntem iguais a mim, Que · acorrentados à terra, sem esperança, Desconhecem o tesouro, que escondido, Possuem dentro de si. - 247 -
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