Revista da Academia Paraense de Letras 1964
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Batéia límpida, o verso em ·que teu mundo semeavas era do povo era dêle com quem bebias, dançavas ... Cantigas vindas da praia úmidas conchas de mar. Hoje teu corpo é silêncio na sombra ázima e qrua. (Ouve-se o canto de raça nos versos que vêm da rua: sôltas estrofes do poema que já não podes cantar). Cantigas vindas de longe úmidas conchas de mar". No mesmo suplemento, encontramos a crônica do maestro Nivaldo Santiago, na qual figura a última - realmente a últi– ma - produção literária de Bruno de Menezes. É Nivaldo Santiago que escreve: "São 18,30 horas do· dia primeiro de julho e me encontro a falar de música folclórica ao Grupo "Muiraquitã", do SESC, quando, acompanhado do clu– bista Elson Farias, entra Bruno de Menezes, já conhecido da– quêles jovens; passa-me às mãos, para ser musicado, o "Canto do Grupo Muiraquitã" que êle acabava de esc!rever e dedicar ao grupo dirigidó por Cecíliá Guedes. Todos nos sentimos ale– gres e comovidos ~o som de sua voz r?uca e cansada. Era a sua última produção desta temporada. Sena o seu canto de cisne". Eis, agora, o "Canto do Grupo Muiraquitã", que Bruno escreveu à véspera do seu falecimento, ocorrido às primeiras ho– ras da manhã de 2 de julho : I Muiraquitã! Muiraquitã! Espelho da Lua no lago brilhou! Das Icamiabas a Festa do Amor ! Que lua encantada, o noivo chegou, guerreiro sonhado da noite de amor ! 244 -
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