Revista da Academia Paraense de Letras 1964

O CANTO DE CISNE DE BRUNO De GEoRGENOR FRANCO Está morto Bruno de Menezes. A sua poesia, a sua imensa capacidade humana, a sua simpatia envolvente continuam vivas, como viva e vibrante era a sua alma de Eleito das Musas. Durante vinte anos desfrutamos de sua amizade preciosa, sem falsidade e sem lacunas, porque Bruno era um autêntico artista e como tal dolocava em todos os seus atos e em tôdas as suas atitudes o traço marcante de sua dignidade. Como poeta percorreu tôdas as escolas ·e em tôdas elas se revelou o perfeito manejador da lira. Simples e bom, sabia fazer amigos e dominava os am– bientes com a sua palestra agradável e sempre cheia de um humorismo sadio. Ildefonso Guimarães, no magnífico suplemento literário de "A Província do Pará", dedicado ao autor de "Batuque", pu– blicou o último poema que Bruno escrevera em Belém. ReC:ebemos, há pouco dias, de Manáus, onde_o romancista de "Candunga" encontrou a morte de maneira brusca, o suple– mento- literário de "O Jornal", edição de 7 de julho próximo passado, também especialmente dedicado a Bruno de Menezes. Lá encontramos êste belíssimo poema de Jorge Tufic, expressão vigorosa da moderna poesia amazonense, intitulado "A Bruno de Menezes, Morto": Por trãs da noite a canção que ôntem cantavas: tão plena nos volta agora à lembrança, que de ouvi-la somos fonte · lavando um tempo criança. - 243 -

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