Revista da Academia Paraense de Letras 1964

R EVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS sivos e edificantes disseminaram sábias lições e expressam exemplos •arborizantes, sombreadoramente amenos. Pro– duto da sua tolerância indômita e resultado do seu BEM– QUERER bravío, - obreiro maçon e cristão praticante - não criava óbices, nem permitia pirronices, humanamente fraterno e apostàlicamente evangelizador. E assim, sem blasfêmias pungentes e sem intolerâncias malsinadoras, construiu UM LAR resplandescente, no qual sempre se abri– gou, benignamente, nos bons como nos maus dias. A boe– mia alcandorada não lhe foi indiferente, em seus vários ma– tizes . Gostava de serenatas e tomava a sua pinga, sem es– cândalos e sem exagêros . Companheiro a tôda prova, não se arreceava dos comentários esdrúxulos e não temia críti– cas desabusadas. Que o digam, familiarmente entrosados nas escaramuças rueiras, DE CAMPOS RIBEIRO e PAULO DE OLIVEIRA que, com o falecido JAQUES FLORES, fo– ram membros permanentes das noitadas bebericantes, com o pinho sonando melodias e com cantátas estrídulas, deliran– temente aplaudidas. Com APOLINARIO MOREIRA, DE– .JARD e DEODORO MENDONÇA, por vêzes nos incorporamos ao cordão, cirandando pelas redondezas, para os afagos ·ao convívio embriagador, que a~ madrugadas úmidas diluiam, deslumbradamente feéricas, entre piadas chistosas e frases rutilantes. Muita finura e muita camaradagem ! A roda seleta, nos seus arrancas paradisíacos, recomendava os par– ticipantes e estabelecia confiança, sem provocar distúrbios sem dar trabalho à polícia. Pagava-se o que se bebia e nã; se discutiam preços, quebrando copos e insultando caixei– ros, garres brincalhões, que não eram vícios costumeiros, não irritavam, nem davam cuidados .. . E foi assim, divertidamente esfaimados, que nos afre– guesamos de BRUNO DE MENE_Z~S, cujo temperam;nto a~ri– cano e alma branca nos penmt1am entradas e sa1das, lim– pamente escorreitas e suave1:1e~te_ balsâmicas. Na pande– qolândia restrita, as nossas mt1m1~ades ?laread_oras foram das maiores e das mais caras. Ass1duos as sessoes mensais da "ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS", sentavarno-nos na mesma bancada lado a lado, ouvindo, atentamente, as suas conversas inst;utivas, na limpide~ de suas critica~ es– tilizadas e na pureza de suas apreciaçoe~ salutares. . Tmha recheios de bom quilate e possuía quahdades valorizantes. - 240 -

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0