Revista da Academia Paraense de Letras 1964
Revendo o meu Arquívo BRUNO DE MENEZES NO BATISMO DA IMORTALIDADE (Publicado em 31-5-44) JÚLIO COLARES Se é mesmo certo que -o poeta nasce poeta, Bruno de Menezes deve ser um poeta-poeta. E eu teimo em ae,reditar qué o maior elogio que se pode fazer a um semeador de ritmos, com rigores ou sem rigores métricos, é dizer-se que êle. é um poeta de nascença. Vicente de Carvalho, vate ou adivinho do Verso, havido como um dos· melhores citaredos da Páulicéia, teve um dia, ao ler um poeta estreante, a encantadora surprêsa de lhe bailar nos olhos a cintilação desta gota de cristal : "Quem· perde uma ilusão ridente nada perde, Pois outras ilusões Se abrem no coração, que é uma roseira verde Coberta de botões ... " Tal como a lágri_ma que a Terra, carbonizada, chorou no dia do cataclisma, e se converteu em pedras preciosas - em QUjo brilho ainda hoje se vê o reflexo das chamas - assim aquêle pingo dé luz se desprendera da pena, quase virginal, de Gustavo Teixeira, autor da estrofe que tanto maravilhou o mestre. . . É o iluminado destino dos trovadores natos ! E o grande bardo bandeirante, enlevado, embevecido, não se conteve e festejou o afortunado garimpeiro, a quem um
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