Revista da Academia Paraense de Letras 1964
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Já no fim da Idade Média, em 1066, a ilha foi invadida e conquistada pelos Normandos, idos do norte ela França, ·que se estabeleceram ali, em definitivo. ~les acabaram dominando os Saxões e ocuparam todos os postos da aristocracia inglêsa. Os Saxões, segundo dizem, eram louros; mas os Norman– dos eram em grande número homens corados e de cabelos negros. Os Godos, que se espalharam pelo norte da Europa, ori– ginários do e.entro da Asia, como já foi explicado, tinham mais propensão para a música. Donde se depreende a predominância dessa arte na Alemanha, parte da Rússia e norte da Itália, leva– das pelos Bárbaros. Já os Celtas, vindos do mesmo bêrço da Asia central, sempre primaram pelas letras. Por isso que a mais rica literatura do mundo é a francêsa, ou seja, da nação céltica por excelência. A segunda é a inglêsa, pela influência direta das suas populações escocesas e irlandesas. Porque é de notar que os maiores literatos da Inglaterra são oriundos da Irlanda ou da Escócia. Os países que na Europa continental têm mais sangue celta são os Franceses e os Portugueses, tirando-se dêsse fato a influência poderosa das suas literaturas. A Literatura Portuguê– sa, por exemplo, foi o maior baluarte que evitou a absorção de Portugal pela Espanha. A Espanha sofrendo de contínuo a invasão dos Godos e dos Suevos, em muitas regiões conserva o tipo louro, quando não seja a estirpe morena deixada pelos Mouros. Já houve quem chamasse os Portugueses, os Franceses da Península Ibérica. O que faz suspeitar nos lusitanos, o sangue gaulês que lhes corre nas veias. A raça celta que assoberba tôda a França faz a ela, uma nação do rótulo latino, ser bem diferente da Espanha ou da Itália. Porque a Itália não é celta. Daí, a pobreza da sua litera– tura, se a compararmos com a francêsa ou a inglêsa. É o que se dá com a Alemanha, a Holanda e a Rússia: Outras são as suas especialidades. Na Alemanha e na Rússia, é a música; e na Holanda, a pintura. *** --- Quando mais se reconhecia o Arianismo, como a raça privilegiada que deu luzes ao mundo, verificou-se que alguns - 218 -
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