Revista da Academia Paraense de Letras 1964
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS É bem conhecida a revolução feita nos estudos linguísti– cos, pela descoberta da afinidade do Sanscrito, com as línguas européias. Desde os fins do século 16 sabia-se que o Persa e o Alemão apresentavam grandes semelhanças, sendo, no entanto, errôneas as primeiras explicações colhidas. Assim, por exemplo, diz Salomão Reinach, - afirmava– se que os Gôdos, antepassados dos Alemães, durante a sua per– manência nas margens do Mar Negro se tinham apoderado de palavras do vocabulário persa. Nessas condições houye necessidade de se procurar outra explicação, quando William Jones, em 1886, reconheceu que o Sanscrito não se assemelhava menos que o persa, às línguas européias. O idioma Sanscrito, disse Jones, - é mais perfeito que o Grego, mais rim que o Latim, quer nas raízes verbais, quer nas formações gramaticais, tendo relações tão íntimas de pa– rentesco com estas duas línguas que não podemos explicar o caso por mera casualidade. Essas revelações são de ordem tal, que nenhum filólogo há que, estudando simultâneamente as três línguas, se não con– vença de que provêm tôdas da· mesma origem, a qual, porven– tura, já não existe. Motivos análogos, conclui, - permitem supor-se que, o Gótico e o Celta, por muito misturados que andem a elementos estranhos, têm a mesma origem que o Sanscrito. William Jones assim reconheceu que o Sanscrito, como o Zenda, não eram línguas primitivas, porém, línguas irmãs, cuja mãe desapareceu. --- *** --- Entretanto, essa teoria da primazia do Arianismo nos fastos da Civilização patenteada pela totalidade das invenções científicas e industriais dêle oriundas, tem de se ecomodar ao progresso geral dos habitantes do planeta. Porque, por tôda a parte entre os povos não arianos, o sentido da Organização e da Liberdade se vai dilatando em forma criadora, gerando Estados, descobrindo fontes de vida, preparando inteligências para bem conquistar um lugar ao sol. os países africanos e asiáticos despertam da sua secular escravidão enriquecendo os cofres das potências capitalistas, .- 214 -
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