Revista da Academia Paraense de Letras 1964
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS pedidas, era de se vêr e ouvir os lapidares conceitos sôbre a ciência da instrução, vasados numa linguagem de artista e sa– bedor inestimável, tornando memorável, essa peça oratória, que coroava o ano letivo dos que se formavam. Assíduo, meticuloso, assistindo com dedicação e amôr, as horas do curso da sua querida Escola Normal, foi com recorda– ções afetivas, que êle dali se retirou, deixando também, senti– das reminiscências entre professores e alunos ... O JURISTA Paraense de nascimento ,desde a sua formatura em bacha– rel pela Faculdade de Direito de Recife, dedicou-se desde essa época, à profissão de causídico no fôro desta capital, numa inin– terrupta ação, em que, pouco a pouco, os efeitos de sua grande cultura, foram-no automáticamente, sagrando o mestre sabe– dor das leis. E assim, "Mestre Elias" cresceu no respeito e na consideração da sua -classe, prestígio êsse que extravasou para a publicidade, sendo os seus "pareceres" de grande influência, sempre decisivos em tôdos os pleitos de certa magnitude. O progresso das nações só é real e definitivo, quando tem a argamassar-lhe a estrutura, essa grande fôrça social que é o Direito. · Uma nação, em que o Direito não seja a pedra angular da sua construção, está sempre à beira das insurreições, das rei– vindicações populares, e do descontentamento público. O Direito, portanto, nos países modernos, é o símbolo mais altisonante do progresso. Já dizia o romancista inglês Walter Scott, no seu roman– ce "Guy Mannering_- O Astrólogo", - que a tarefa dos de– fensores profissionais do Direito, ou sejam os advogados, - era • dirimir as questões sociais, e fazer da jurisprudência, tal vál– . vula de escapamentó e grande chaminé social, que désse vasão aos ódios, mal entendidos, rivalidade~, competições, dúvidas, injustiças, litígios, geradores de conflitos sangrentos, - tor– nando respiráveis, s·audáveis moralmente, pacíficos e produtivos os grandes aglomerado~ humanos. O Direito, como todas as ci– ências, está sujeito _a uma renovação constante, a um aperfei– çoamento de acôrdo com as descobertas científicas, com as or– ganizações industriais, e com o adiantamento da cultura no mundo. ' O que ontem era certo, hoje é considerado êrro simples- mente pelo melhor estado das condições humanas. ' 201 -
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