Revista da Academia Paraense de Letras 1964

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Foi assim que lhe sugerí, que se inscrevesse como candi- dato a uma vaga na Academia, ao que êle sorriu. . _ . Mas, finalmente, resolveu se inscrever. E a sua ele1çao foi por unanimidade. Mas desde êsse tempo, as forças do corpo foram-lhe tor– nando escassas. Chegou mesmo a comunicar oficialmente ao confrade We~– ceslau Costa, então Secretário da Academia, a escolha que havia feito da minha pessoa para seu recepcionador. Sempre adiando essa pósse de amanhã, para depois, a verdade é que, o seu discurso de recepção parecia amedrontá– lo, como se êle fosse o seu canto de cisne. Então conjeturalllOS que o novo imortal não tomaria mesmo pósse, talvez movid~ por pessimistas sugestões íntimas. E eis senão quando, numa das ultimas tardes do ano p. fin– do, todos os jornais da cidade, em sentidos panegiricos, pro– clamavam que havia falecido o dr. Elias Viana. A Academia então resolveu, que na sua reunião de feve– reiro, o modesto, e incolor orador deste momento, dissesse o último adeus ao seu querido confrade morto... Passo a ler a oração que tinha preparado para receber o ilustre recipiendário: Sr. Presidente, meus senhores : Cabe-me a grata satisfação de receber neste silogêu, como seu membro efetivo e perpétuo, a figura por muitos titulos no– tável, do dr. Elias Augusto Tavares Viana. Outro academico de maior projeção poderia ter sido o esco– lhido para abrir ao novo imortal, as portas desta Academia. Entrs!tanto por simples coincidência de fatos, fui o escolhi– do para essa investidura, que incorpora a este cenáculo, mais uma das inteligências fulgurantes da nossa terra. O dr. Elias, para a população culta de Belém, é ·uma des– sas individualidades marcantes, um dêsses nomes que honram a cultura do Pará. O MESTRE Como diretor da Escola Normal do nosso Estado, assisti– mos à sua atuação eficiente, justa, incentivadora, em que um chefe enérgico, muitas vezes ríspido e escrupuloso no cumpri· mento do programa pedagógico, era apesar ou por isso mesmo, extremamente venerado pelos corpos docente e discente do es– t~belecimento. Nas grandes festas do Estudo, quando o velho diretor fazia aos alunos que s~ iam, a sua saudação de des- 200 .-

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