Revista da Academia Paraense de Letras 1964

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE L ETRAS Subimos a pé pela "João Alfredo" e êle foi me mostran– do os lugares dos estabelecimentos comerciais daquêles tempos: "A Mariposa", a "Fonnosa·Paraense", "O Maltez", "Livraria Uni· versal', "O Profeta", "O Mundo Elegante", "Aux mines d'or", "Notre Dame de Paris", "Grande Maison", e outros muitos, que o tempo fêz desaparecer. Da "João Alfredo" envredamos para o galpão do Mos– queiro, onde Frederico ia buscar uma encomenda. Chegados ali, êle informou: aqui eram os armazéns da Alfandega. Rhos– sard era Guarda-Mói:-, e duma vez, quando chegavam as tropas de Canudos, queria que ouvisse o poêma que êle declamou pe– rante os soldados expedicionários ... - Mas insistindo no caso, perguntei, - donde veio êsse nome de Rhossard, êle era paràense ? Era paràense, afirmou Frederico. O seu nome, acres– centou, é de ascendência francêsa. O poeta que nasceu na Tra· vessa São Mateus, próximo ao Largo dos Quarteis, hoje Praça da Bandeira, era filho · de um francês, que apareceu nas pla– gas amazônicas, aí pela segunda metade do século passado. E despediu-se com um abraço. Eu estava com a imaginação tôda impregnada de idéias de outrora, e para gozar mais aquelas impre~sões antigas, fui re– ' tomar o ônibus de Batista Campos - o bairro da minha juven– tude, a fim de temperâ-la um pouco, revivendo os espetros da minha saudade ... -167 -

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