Revista da Academia Paraense de Letras 1964

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS tados do seu partido, e assumia os pesados encargos de liderar a maioria, no govêrno de um homem autocrata. Um dia, S1L– VIO MEIRA escreverá as memórias de um líder de Magalhães Barata e muita revelação saborosa se há de ter. Uma coisa, contudo, saltará indesmentível: é a decência com que Sílvio se conduziu no exerclcio da função e a independência que êle pôde manter em quadra ~ão violentamente marcada pelos ódios pes– soais e exacerbados. Até 54, permaneceu Sílvio deputado estadual. Liderou igualmente a minoria, quando foi oposição. E desta vez, apren– deu, no comportamento dos homens, como é difícil ser oposição no Brasil ... Afastado da atividade partidária, Sílvio permanece polí– tico até hoje, ao menos no sentido amplo e correto do têrmo, mas naturalmente contido, pela repugnância ao processo atual de fazer política. O PROFESSOR O magistério superior tem encontrado nêle uma das mais vigorosas expressões no Pará. Em 1955, foi contratado para lecionar a cadeira de Direito Romano, na Faculdade de Direi– to. E êsse homem, ·que parece desejar fazer tudo de pressa, conquanto com perfeição, em três anos conquistava, em con– curso, a cátedra de Direito Romano. De Sílvio pode dizer-se que é prolífico, em qualquer sen– tido. Pai, já batizou sete filhos e mal dobra os quarenta anos já vai ser avô. Mestre, desdobrou-se em aulas ·notáveis e pu– blicações meritórias. As letras jurídicas estão por êle enrique– cidas. Publicou vários trabalhos: "Rui Barbosa e a Constitui– ção Republicana", "Condições de Elegibilidade", "O Homo Sa– cer no Antigo Direito Romano", "A obra Legislativa de Justi– niano", "As Manumissões no Direito Romano" e mais recente– mente "A Lei das XII Tábuas", edição da "Forense", que des– sa obra vendeu mais de 1 . 000 exemplares no Rio e em São Paulo, em um só ano ! A reputação de romanista de Sílvio não ficou restrita a província, que é uma espécie de mortalha do talento. Univer– sidades famosas convidaram-no a integrar bancas examinadoras. Rio, São Paulo, Recife, São Luiz do Maranhão. Por fim, nin– guém menos que o editor de Pontes de Miranda ouviu falar do talento de Sílvio. E êsse famoso Max Limonad pede a Sílvio que escreva todo um curso de "Direito Privado Romano" e re– solve editá-lo, inicialmente com 3 mil exemplares. -15-

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