Revista da Academia Paraense de Letras 1964
LUÍS TEXEIRA GOMES: - SE MUDASSE DEIXARIA DE SER JAQUES FLORES GEORGENOR FRANCO Antes de mais nada, uma explicação: a presente reporta– gem está pronta desde dezembro do ano passado e não foi, en– tão, divulgada, por imposição do próprio Jaques Flores. Pe– dindo que adiássemos a publicação justificou que seu nome es– tava muito em evidência, com a sua recente aposentadoria e po– deria parecer cabotinismo de sua parte, doença, aliás, da qual nunca sofreu o querido humorista e saudoso amigo. Cedemos ao pedido, feito em forma de exigência que a nossa amizade facultava, e acertamos que o trabalho viria a furo · (como êle gostava da expressão furo! ) quando do nosso regres– so do Rio de Janeiro. Jamais poderíamos pensar que a morte viria arrebatar, de surpresa, do nosso convívio, homem tão ín– tegro, amigo tão leal, cidadão tãi simples, escritor tão aprecia– do e caráter tão invulgar - a palavra de Jaques só tinha uma côr, suas atitudes eram limpas do subterfúgio. E por isso era um bom, um BOM com tôdas as letras maiusculas. Além de lamentarmos a sua morte, que abriu enorme lacuna nas letras da terra e nos quadros da Academia Paraense de Letras, tivemos um trabalho: colocar no passado todos os verbos que estavam no presente, sofrendo muito, por sentir– mos que Jaques continúa presente no nosso afeto e na nossa saudade. Isto posto, vamos ao que nos cabe escrever. HUMORISTA DE SENSIBILIDADE LfRICA Luiz Teixeira Gomes, o querido e conhecidissimo Jaques Flores, foi o maior poeta humorista do Pará, que Augusto Meira comparou, acertadamente, ao famoso Emilio de Menezes. Era -149-
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