Revista da Academia Paraense de Letras 1964
Dois Sonetos de OSVALDO ORICO ELOGIO DA DOR Não vos importe a dôr, que ela redime o martírio sem glória e a desventura de quem baldadamente inda procura vêr comprimida a magua que o comprime. É tão doce sofrer essa tortura, preso ao ~ofrer, que o sofrimento exprime a grandeza imortal de quem se apura em parecer no opróbio mais sublime. Vitde : os meus olhos são f antes peremes em que as lágrimas vêm cheias de espinho, tal si brotassem de outras Hipocrenes, · rememorando na lembrança exangue, que a água por Cristo convertida em vinho é a água que eu bebo transformada em sangue. * * A CONCHA A JOSÉ LEONE .. Orgulhosa, talvez, da humildade que a vela e humilde porque traz o valor de ser nobre ' a concha guarda em si, no alvo seio, uma ~strêla que de tão rica faz parecer que é tão pobre. ' -137-
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