Revista da Academia Paraense de Letras 1964
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS ineptas da Crítica" - referida acima - no capítulo - "Crí– tica" - do referido livro diz apenas isto : - "Os recentes críticos nos quais se nota um como retôrno às considerações de ordem puramente retórica e não raro gramatical - ( ( grifo é meu). José Veríssimo, Magalhães de Azevedo e poucos mais são os principais representantes dessa fase". E mais adiante : - "Com José Veríssimo e sequazes (o grifo é meu), a preocupação tem sido obedecer no estudo dos au– tores ao critério pur-ament~ estético : - correção ou não da frase, belezas ou não do estilo, abundância ou penúria do vocabálio, boa ou má disposição da matéria, regular ou ir– regular colocação dos pronomes, eis os pontos de preferên– cia estudados. É , por certo, com êsse exclusivismo uma re– trogradação". O nosso coestadano Cécil Meira, ex-professor de Literatura do Colégio Estadual Paes de Carvalho e pro– fessor universitário da Faculdade de Direito, em seu muito didático livro - "Introdução ao Estudo da Literatura" - diz : "No Brasil, no século passado, temos dois grandes vul– tos, que aliás foram rivais na profissão - Sílvio Romero e José Veríssimo. O primeiro mais impetuoso, mais apaixo– nado, pondo sempre seu grande coração •acima da prepotên– cia da razão. O segundo mais preciso, mais comedido, fa– zia crítica com o metro na mão direita e a palmatória na mão esquerda. Dividia sua crítica literária em duas par– tes, quase contando -as palavras. Na primeira parte elo– giava livremente a obra, na segunda procurava reduzí-la a zero, através das falhas e erros que porventura encontrava". Ainda com respeito a sl!_a tão propalada severidade como crítico, encontramos num dos trabalhos publicados a propósito de seu centenário, que : - "Goulart de Andrade jamais lhe perdoou a crítica sevéra ao seu romance "Assun– ção", na qual José Veríssimo mostrou todo o artificialiso da obra". Humberto de Campos registra no seu "Diário Se– creto", uma passagem em que vemos Goulart se afastando numa atitude ostensiva na redação do "Imparcial", ante a aproximação do crítico. Fato idêntico a êsse se deu quando Miguel Melo, se– cretário de "O Imparcial", publicou o romance - "A Visão da Esrtada". Segundo Humberto de Campos, o autor de "Estudos Brasileiros", entrara no "O Imparcial", pelas mãos de Miguel Melo, que o defendia.com devotamento sem limi– tes na rua, na redação, em tôda parte, sempre que o crítico era' atacado. Isso não impediu José Veríssimo de, obtida a licença do amigo, desancar sem contemplação o "romance" ~ 131 - •
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