Revista da Academia Paraense de Letras 1964

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS os -autores, impedindo-os de seguir caminho errado ou de se iludirem a si mesmos". O autor de - "Raul de Pompéia" é de opinião que o escritor do livro - "Que é Literatura" - foi levado à crítica militante, - em parte, pela vocação de educador e que a exercia como quem procura atuar sôbre espírito de um povo literàriamente muito "mal educado". Devido a esse seu es– pírito de veridade e especialmente de justiça em função da crítica literária, teve por bem elevar o seu nome e a cultura literária nacional, mas por outro lado, teve por mal, fazer inimizades váras, como bem afrma Brito Broca, quando diz : "Nesse sentido, teve de enfrentar, logo alguém que, sendo um mestre, detestava tudo quanto implicava magistério : - Síl– vio Romero - Quando o contista de : - "A Pesca na Ama– zônia" - aqui chegou, depois da proclamação da República, com um nome feito no Rio, quer dizer um nome nacional. Embora respeitando-o e reconhecendo-lhe o valor, José Veríssimo não podia deixar de "Criticá-lo, como fazia com os outros autores, e sendo diferentes as idéias e a orienta– ção de ambos, a crítica havia de ser, frequentemente desfa– vorável. Um, considerava as obras através de um prisma sociológico, histólico .ou filosófico; (Sílvio Romero) outro (José Veríssimo) encarava-as sàmente do ponto de vista li– terário, não se detendo na infraestrutura e julgando apenas "os "Resultados" para usar da expressão de Van Thiegen : Um influenciado pelo pensamento germânico, apesar do seu evolucionismo Spenceriano; (Roméro) outro (Veríssimo) de formação essencialmente francesa. Nã.o era de estranhar que vives·sem às turras, durante muitos anos, para culmina– rem as escaramuças na agressão desabrida e violenta de Síl– vio Roméro, em 1900, nas - "Zeverissimações ineptas da Crítica" - No entanto, segundo informações de Francisco Prisco, em seu estudo sôbre "José Veríssimo" - 1937 - dis– sera que Sílvio Romero, poucos dias antes de morrer, t eria declarado, no entanto, ao poeta Alberto de Oliveira, que con– siderava o rival "um homem digno do maior respeito - pelo saber, pelo talento, pelo estudo e pelo trabalho". Não sómente no terreno da literatura nacional, diz o autor do livro : - "Machado de Assis e a Política e outros Estudos" - se exercia a crítica militante de Veríssimo, mas também no da estrangeira. E aqui, como lá, via geralmente com penetração e lucidez, seu excessivo entusiasmo pelo - "Quo Vadis" - de Siekienwizc, que lhe parecia uma mara– vilhosa ressurreição de Roma de Nero; devemos ressaltar a -128 -

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