Revista da Academia Paraense de Letras 1964

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS tário e antigo companheiro de Manáus, Dr. Antonio Crespo ele Castro. Castro também possuía em Manáus, donde era filho, um antigo auxiliar de trabalho, que se recomendava pela sua fina inteligência diplomática. Era o Dr. Paulo Eleutério Alvares da Silva, moço pernambucano, que havia sido sargento do Exército e depois se formára em Bacharel. Filho dos ::;ertões nordesti– nos, Eleutério era um gentleman nato, auxiliado, pela sua per– feita dicção e magnífico temperamento. Estudioso, idealista, foi um dos primeiros a abraçar as idéias integralistas de Plínio Salgado. E quando do surto dês– se movimento, estando no Pará, resolveu ir a Manáus, onde fêz uma propaganda de tal ordem, que da noite para o dia, con– verteu a mocidade de Manáus ao novo credo, exgotando-se alí, todos os livros integralistas, nas Livrarias. Em Belém, sendo Bacharel em Direito, foi o idealizador e fundador da atual Escola de Engenharia. Criou um grêmio educacional, que funcionava na Associa– ção Comercial de Belém. Foi a Sociedade Paraense de Estudos Econômicos. Como lhe disse mais de uma vez, essa sociedade de que fui secretário, vivia no ar. Porque não possuía uma biblioteca, um arquivo, uma revista, um jornal, um livro de atas ... Mas devido o seu prestigio formdiável, ela reunía no se– gundo domingo de cada mês, com trinta e quarenta membros compostos dos ma~~ conspícuos economistas da cidade. E d~ tal maneira corriam os debates, que ocasiões, já era meio dia e êle pedia que nos fossemos, porque os contínuos já queriam fe– char as portas do Palácio do Comércio, onde se realizavam as sessões. Paulo Eleutério Senior,, como se passou a chamar lite– ràriamente, era um extraordinário animador de problemas e reuniões. Foi durante anos, Secretário da "Folha do Norte·" podendo-se dizer, que êsse foi um peliodo áureo que ilustrou a história daquele brilhante jornal. A sua gestão como Presidente da Academia Paraense de Letras, foi das mais felizes e movimentadas. · Articulista vibrante, cronista, publicou uma série de nar– rativas de uma sua viagem por terra, pelo Nordeste Brasileiro cheia das observações mais originais e interessantes, de infor~ mação absolutamente inédita. Como po~ta certa vez, deu-nos num aniversário da "Folha", o seu behssimo trabalho : ODE A INDUSTRIA! -122-

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