Revista da Academia Paraense de Letras 1964
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS daquêle mundo de livros e publicações de toda ordem. Isso é mais que indispensável. Por duas vezes fomos convidados a tomar parte em bancas examinadoras na Faculdade de Direito de Recife, a pro– pósito de concursos que ali se verificaram. Era então seu diretor o dr. Joaquim Amazonas, nosso companheiro de estudos na Fa– culdade de Direito de Recife. ll:le nos apresentou a diretoria da biblioteca, uma distinta senhorita, filha de um antigo professôr da Faculdade, fazendo sentir que podia a ela me dirigir, caso necessitasse de qualquer livro da biblioteca. Por curiosidade nos lembramos de fazer uma experiência e pedimos a ela um pe– queno livro de uma poeta medieval alemão, sob o título "Gudrun". Era quase uma impertinência. A verdade é que, dentro de dois ou três minutos, ela me trouxe o livro. Admirá– vel, simplesmente admirável. Aliás, já no tempo em que fazia– mos alí nosso curso de direito, a biblioteca era muito bem orga– nizada e, sem demora, se podia obter qualquer livro. Todas as noites íamos ali estudar. Muitas vezes acómpanhavamos o Rufino quando a abria às seis horas da tarde, quando os sinos das igre– jas de Recife tocavam o Angelus. Sem demora êle punha à nossa disposição todos os livros de _que necessitávamos. Assim, tomamos a liberdade de chamar a atenção da Academia de Letras, para a necessidade indeclinável de dar uma organização perfeita e consciente à sua preciosa biblioteca. Para alí mandamos certa vez um trabalho de meu País, sob o título "Legenda Castro Lopes", a que adicionamos uma carta a Joaquim Nabuco sôbre a abolição e uma "Memória", ao Con– gresso agrícola de Recife em 1878. Não foi possível achar o precioso volume, hoje raríssimo. Quantos não sofrerão a mesma consternação? - 119 -
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