Revista da Academia Paraense de Letras 1964
A ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS AUGUSTO MEIRA Quando estávamos no Senado e na Câmara como repre– sentante do Pará, tomamos por hábito frequentar a Academia de Letras, particularmente nas suas sessões de quinta-feira, onde havia sempre uma conferência literária. As vezes apareciamos em outras ocâsiões, e, em uma delas pela manhã, nos encontramos com Adelmar Tavares, com quem mantivemos deliciosa conver– sação. Consideramos a Academia de Letras uma importante instituição. Alí se reunem, semanalmente, os Acadêmicos em deleitosa conversação. Em uma cidade como o Rio de Janeiro, onde as ocupações, as mais variadas absorvem, nada mais útil e agradável do que essa possibilidade do encontro de pessoas distintas e amigas. Sómente isto constituiria um benefício de inestimável valor. Não é só. Ali todos acham um estímulo ao trabalho inte– lectual e indagações diversas. Há uma nobre emulação e a Aca– demia se torna um centro de estudos da mais alta importância. Alí há homens. notáveis como Levi Carneiro que ao lado de suas grandes qualidades de advogado, possui destacadas qualidades de escritor. Todos os seus livros o atestam. Magalhães Junior, entre outros trabalhos, escreveu uma obra notável sôbre o Ma~ reêhal Deodoro, Pereg1ino Junior sôbre Machado de Assis e Luís Viana Filho se ocupou, com a mais alta competência, das vidas gloriosas de Ruy Barbosa e Rio Branco. Destacam-se todos e, entre êles, Rodrigo Octávio, continuador das glórias de seu Pai. Sente-se, assim, que a Academia é uma tenda de trabalho, e vai recolhendo o que há de melhor no que respeita a traba– lhos da inteligência brasileira. Carlos de Laet, Ruy Barbosa, Clóvis Bevilacqua foram-lhe ornamentos de insuperável signifi– cação. Sylvio Romero nos deixou uma obra literária do mais subido valor, onde se ocupa da longa série de poetas brasileiros, - 117- .. •
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