Revista da Academia Paraense de Letras 1964
I • REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS terpretação da vida. No que há, em ti, de luz e unidade interior vivificam as grandes concepções do ideal artístico. És o instante de uma retirada harmoniosa para o transcedentalismo puro, o misterioso refinamento de uma vocação que encontrou a sua outra fase na luz da tua predestinação. Fonte cristalina e maru– lhenta da criação divina, só teu espírito perdurará no mundo da suprema e eterna claridade. Porque reténs, dentro de ti, o darão privativo dos sêres para os quais a dança é a mais pura expres– são da beleza. Não há um fim na trajetória do sentimento artís– tico, nem limites, no sobrenatural, para as aspirais da genialida– de. A inteligência humana é obscura a decifração dos polos mag– néticos da arte, onde sempre se confundem as perspectivas da imaginação criadora. - Vai e dança! Teu sonho foi panorânimo do curso infi– nito e luminoso em que se ampliam as razões estéticas da tua arte. Vai e dança!, - até que o teu espírito se acenda, pelos ca– minhos das estrêlas, na paixão das potestades que te lançaram em seus desígnios! E terás, então, - luz e essência! - o milagre excelso da tua metempsicose em criatura sagrada, ungida com o íon divino que emana dos arcanos altíssimos e eternos do Nir– vana, sublimada na tua absorção no supremo espírito do Uni– verso. ~ 109 -
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