Revista da Academia Paraense de Letras 1964
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS gres, partidàriamente esc_ravisado . yma repetição, e~ me– nor esca}a, do que houvera acontecido, pela mesma epoca, na Câmara Federal, com a bancada, aqui diplomadamente reconhecida e que PINHEIRO MACHADO rifou, "PARA ACO– MODAR AS VÍTIMAS DO COELHISMO TRAIÇOEIRO", se– gundo suas próprias declarações. Senhor de baraço e de cutélo, era êle quem, então, politicamente manda no Brasil, de alto a baixo e de lado a lado, elegendo senadores pelo Amazonas e destronando candidatos vencedores, com um sim- ples "EM VEZ DE ..................................... . RECONHEÇAM-SE DEPU1ADOS FEDERAES OS SENHO- RES . .. . .... . .......... .. ............................. " o mapismo não existia entretanto, mas quem, do alto das suas tamancas, governaya a seu ta}ante, "o gigante eterna– mente adormecido", como se fosse cousa inteiramente sua, era o gaúcho desabusado e impávido, que residia no "Morro da Graça", nas Laranjeiras, Rio de Janeiro. Ensinava li– ções e dava bolos!... E foi -assim, deste modo e por tais razões, c·om a estátua da República crepada e com meetings estudantís, que o MAJOR ROMEU MARIZ não tomou as– sento na Câmara Estadual!... Apoiado ao gerebismo, com verticalidade ináta, obteve justo prêmio, nomeado Secretá– rio da "Capitania dos Portos do Pará"..: função pública na qual se aposentou cinco anos atrás, mudando-se, definitiva– mente, para o Rio de Janeiro, Estado da Guanabara, onde faleceu, na residência do filho médico. Prestimoso e culto, tinba os seus defeitos, que não eram de vulto nem encobriam pecados mortais. Apreciava uma prosa espicaçante, ame– sendado nas bancas do "Café Manduca" e agarrado a uns e outros, nos variados grupos dos entrevéros ccnversistas, em que as fraquezas da vida alheia eram comentadas, sem baixezas causticantes e sem ofensas fap'liliares. Pulando de mesa em mesa, como pica-pau beliscando em árvore grande na mata fechada, tinha sempre o que reparar, sútilmente ferino e manhosamente matreiro. As tardes, depois das treze horas, perambulava pela Campos Sales, sozinho e ca– lado, cabeça baixa e andar lento, indo e vindo de um lado para outro e aguardando, frenético, os resultados do "BI– CHO", que era o seu único vício, gastando o que tinha_e o que não tinha, obtido com a venda de livros 1iaros da sua Q~.a biblioteca, jamais desfalcada., porque os amigos não en– travam, nunca, na posse efetiv•a do objeto, camaradesca– mente negociado ! Por vêzes acondicionava nos braços cur– tos e magros, com a mesma' finalidade, sugestivas té}as do - 104 -
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