Revista da Academia Paraense de Letras 1964
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS clastas e no destemido das opiniões dispares. Cousas e fa– tos de somenos importância, havidos entre estudantes e jor– nalistas, que se entretinham, nas horas vagas, em discus– sões estéreis, aproveitados dos descansos intercorrentes e dos encontros rápidos. Dentro da GREI, de pulso e avantajada, d"'A Província do Pará", em sua quase totalidade vinda de outras plagas, ê:le era um dos que, mais de perto, se aco– modára ao nosso meio restrito, muito embora a sua perma– nente ojeriza pernalta aos que, então, comiam da banda podre, trabucadas na oposição e vendo aos trancas e banan– cos, até por volta de 1912, quando incendiado foi o jornal e queimada foi a casa do CHEFÃO, sem dó e sem piedade. Um vandalismo inominável, até certo ponto, forçoso é confes– sar. Exageros e torpezas, criminosamente levados a cabo ! O fogo -atroz, com chamas candentes, cumpriu, infelizmente, a sua tarefa demolidora, alimentado, esquisitamente fanho– so, pelo querosene engarrafado de velhos correligionários e pelo congelado das mangueiras municipais, após a BANA– NADA espetacular do oficial da nossa Marinha de Guerra, largamente distendida duma das janelas do antigo "Café da Paz", num comício monstro. Foi, digamos de passa– gem, uma página negra e trágica da nossa oprobidade par– tidária, apaixonadamente desconexa e tremendamente irre– comendável ! ... * * ROMEU MARIZ aqui chegado e aqui permanecido segundo vagas informações, deixára a Escola Militar for~ çado pelas circunstâncias. Revoltas e quarteladas. Viéra como ave de arribação, com u'a mão na frente e outra atrás. Necessitado de ganhar o s1:1stent~ em terra estranha, para êle inteiramente desconhecida, nao teve outro caminho fá– cil a seguir, se1:d9 o de atracar,. com unha~ e dentes, que os tinha em condiçoes, ao governismr,> promissor, jornalistica– mente arranchado e bicando na Prefeitura de Belém. o VELHO LEMOS, soba de grande prestígio, era o INTEN– DENTE e comandava a !GUARDA NACIONAL, fazendo das suas, espartilhadamente uniformizado e penduradamente ba– lançando nas auras do poder. SEMI-DEUS, os elogios ba– julatórios eram rázas freme11;tes, disput:='-das :pelos acólitos penitentes, ·buscando cada qual ser mais realista do que 0 rei dionisicamente trabalhador. Na senzala barafundeira e formigante, vencia quem mais Jlogiava, que o MANDA– CHUVA se tinha em conta de Varao de Plutarco, tido e ha- - 102 -
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