Revista da Academia Paraense de Letras 1962

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS gente incivil, para estudante que desenhasse obscenidades, trafegando ainda por mãos fúteis como dinheiro que circula, dilaceradot nos bolsos dos cafagestes ou nas gavetas das tascas imundas. - Silêncio, que êle nos espreita 1... ~sse diálogo tomou-me de forte emoção . Eu ouvira, garanto. Era a alma dos livros, em doce colóquio, que falava das minhas predileções, dos meus caprichos e das minhas ingratidões para com êles. Não tive ânimo de responder. Para dizer-lhes que eu lhes quero a todos, porque é na sua leitura que tenho vivido instantes emocionais e que tenho aprendido . Devo-lhes muito da experiência da vida e a observação mais aguda e psicológica dos homens. Fiquei, pois, em silêncio. E olhei-os comovidamente. Os livros da minha esta11te ! Sim, os livros, os meus grandes amigos silenciosos, que tanto têm falado à minha alma. tsses, sim, têrri alma e não têm acicates para esporear a minha sensibilidade. Não são homens... -75-

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