Revista da Academia Paraense de Letras 1962

REVISTA DA ACADEMIA P ARAENSE DE LETRAS de quem se engr,andeceu por si mesmo, esforçadamente di– nâmico e proficuamente assoberbado. Na certeza de que a sua FAMíLIA aceitará o ·nosso proceder pelo que êle repre– senta em tôda a sua plenitude, e levando em conta, tão sà– mente, o nosso aprêço e a nossa veneração pelo MORTO ILUSTRE, evocamos um passado de lutas homéricas, sem queixas e sem amarguras. ALFREDO LADISLAU, mesmo afastado do nosso convívio •diário, sempre nos distinguiu, sem adulações e sem preconceitos, mesmo quando, por sorte nossa, subimos a culminâncias representativas, olhando e vendo em nós, sempre e sempre, o molecóte vadio de pés descalços e camisa rôta, adquüindo tábuas esguias e ripas tortas, na serraria do Manuel Pedro, para o nosso teatrinho de fundo de quintal e para o nosso presépio da sala de jan– tar, que êle tanto frequentou, saboreando os quitutes de Dona Francisca, que era minha Mãe, distinguidamente rece– bido e, hoje, sublimadamente pranteado. Eis abaixo o que encontramos, àvaramente escondidos, mas que não deve ser olvidado, por ser fruto delicioso duma amizade sem limites e dum nobilitante passado, que não volta mais ... * * VERSOS: "LEMBRANCAS DO MOSQUEIRO" Que saudades do Mosqueiro, tão fagueiro, de campinas perfumadas. Que saudades do Mosqueiro, ao luzeiro das carmíneas madrugadas. E da ondina suspirosa, langorosa, quando beija a branca areia. E da ondina suspirosa, tão queixosa, como um canto de sereia. Belos, transparentes luares, dos cismares, nas mais puras ilusões. -68·- • t

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