Revista da Academia Paraense de Letras 1962
• • REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS do que FERREIRA DE CASTRO, do que ABGUAR BASTOS, do que ARTUR REIS, do que PÉRICLES DE MORAIE, do que SÓCRATES BONFIM, do que LEANDRO TOCANTINS e do que, muitos outros, que CLóVIS BARBOSA, no seu espe_ cializado "SERVIÇO DE DOCUMENTAÇÃO", a cargo da "SPVEA" sobrelevou, polidamente competente, sem desequi– líbrios afrodisíacos e sem arranjos maneirosos, para não pre– judicar a região fabulosa, que bem poderia já ser o celeiro do mundo desgovernado, cada vez mais exigente e cada vez mais faminto. . . Não nos cabe, entretanto, minuciar apre– ciações a respeito da obra fertilizante, que é, sem dúvida al– guma, fecunda e grandiosa em todos os seus pormenores analísticos. Outros, mais credenciados e bem melhor apa– relhados já o fizeram, com verticalidade altaneira e natura– lidade cultural, dígnos de menção. Ao traçarmos estas li– nhas desoretenciosas, a vôo de pássaro, saudàsamente balan~ çadas, o nosso ·único escôpo foi ·o de focalizar aspectos inédi– tos duma vida tristemente escurecida e que se clareoou, aben– çoadamente refulgente, solidificando alicerces profundos e permitindo crescimentos sombreadores. Não fomos, pela idade e pelos manejos, camaradas a tôda prova . A diferença era grande entre nós dois, - talentoso, êle e apoucado, eu. Assiduamente frequentando êle a nossa velha casa da Ta. mandaré, trazido pelo. mano Albano, que foi o primeiro da família numerosa, a se ir para o DESCONHECIDO, tomava parte nos conversados naturnos, usufruindo da estima de todos, sem rodeios e sem especulações. Sabíamos, sem maio– res indagações, que ALFREDO LADISLAU, tendo estado em são Paulo, deixou o Ceará, sua terra natal, sem ser arig6 e sem ser flagelado, empurrado pelo padrinho, que o edu– cou cristãmente, aspirando para o seu tutelado melhores dias, em seu tirocínio iluminado e fulgurantemente bendito, por seus escritos preciosos e por sua inteligência ímpar~ A sua hercúlea fôrça de vontade não encontrou óbices para vencer a carreira, de ponta a ponta, padecendo, contudo, máus bocados . Longe de nosso convívio, pelos afazeres da profissão nobilitante, deixou êle, esparsamente retidas nas mãos limpas do Velho Felippe, que foi meu Pai, um pouco do seu nobre passado, e que, agora, trazemos ao conheci– mento público, sem comentários e sem exames. São versos simples e desenhos fáceis, escritos e feitos para as intimida– des caseiras. Fazemo.lo, na melhor das intenções e no mais elevado dos propósitos. Remexendo alfarrábios e situando produções, numa casa pobre onde se comia, apenas, uma vez por dia, em nada julgamos diminuir a estatura intelectual - 6'7' -
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0