Revista da Academia Paraense de Letras 1962

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS vam errados. A minha crença é que- você tinha-me atrai– çoado com um rival; tinha calcado aos pés a minha adora– ção; foi o que eu julguei assistir quando você falava com 0 Claudionor . - Poi, o senhor completamente enganou-se! - E diga-me: ama-me ainda, como dizia me amar? Ela exitou na resposta, como se tivesse acanhamento em falar, mas respondeu, baixando a vista : - Para falar a verdade, não ! Marcos ficou atônito, vexado, e passou a mão sôbre o coração como para reprimir.lhe as pulsações. Por fim ex– clamou : - Sou mesmo ridículo, Maria ! Não a mereço. E no entanto, nada fiz de mal. Apenas defendi o meu ideal. Fui duas vêzes desastrado; mas irei para longe, no intuito de abafar esta imensa dor ! E pálido de morte, estendeu-lhe a mão, dizendo : Adeus ! Só peço que me perdôa por tudo ! Ela então, sopitando a palavra num surto de como- cão, respondeu : , - Não ! Não irás, Marcos ! porque te amo ainda ! E procurando contornar-lhe o pescoço com o braço, alcançou a cabeça, e orvalhou-lhe os cabelos com beijos e com lágrL mas .. . -64- () . e

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