Revista da Academia Paraense de Letras 1962

REVISTA DA ACADEMIA P ARAENSE DE LETRAS Jer~c?, êle, _seus disc_ípulos e uma grande multidão, o cégo Bar~rmeu, filho de Timeu, estava sentado junto ao caminho pedmdo esmola. Tendo ouvido dizer que era Jesus Naza~ rena, começou a giitar e a dizer : Jesus, Filho de David tem compaixão de mim. E muitos o ameaçaram para q~e sB calasse: mas êle· cada vez gTitava mais : Filho de David tem compaixão de mim. Parando, então, J esus mandou chamá– -lo. E chamaram o cégo dizendo-lhe : Tem confiança· le– vanta-te, êle te chama. O cégo, lançando fora a capa', le– vantou-se dum salto e foi ter com êle. E Jesus, falando, lhe disse : Que queres que eu te faça ? E o cégo lhe r espondeu : Mestre que eu veja. Então lhe disse Jesus: Vê, a tua fé te salvou. E no mesmo instante viu, e foi seguindo pelo ca– minho" . Ainda é Marcos Evangelista quem nos transmite esta. cena enternecedora de tua doutrinacão : "E êle saindo de nôvo das terras de Tiro, veio por Sidônia ao mar da Galiléia, atravessando o território de Decápolis. E lhe trouxeram um surdo-mudo, e lhe rogaram que lhe impusesse a mão. E êle, tirando-o da multidão, à parte, meteu-lhe os seus dedos nos ouvidos, e t ocou-lhe ,a língua com saliva. E levantando os olhos ao céu, deu um suspiro, e disse-lhe : Ephphetha, que quer dizer : Abre-te. E no mesmo instante se lhe abriram os ouvidos, e se lhe soltou a prisão da língua, e falava corre– tamente. E mandou-lhes não dissessem a ninguém. Porém, quanto mais lhes proibia, tanto mais êles o publicavam; e tanto mais se admiravam, dizendo : tle fêz tudo bem; fêz os surdos ouvirem e os mudos falarem". Recordamos, assim, terno Salvador, que d1;1rante apre– gação das verdades evangélicas, tiv~sJe oportu~ud~de de dar voz e outiva a um mudo-surdo e visao a um indigente que vivia nas trevas. Hoje está em tua presença alguém que não vê, não fala e não ~uve. É o cégo mais desgraçad?, porque ~e _obstina em não vêr; 0 mudo que prpvoca ,a ma10r compaixa?, por– que serrazina em não falar; d~ ~odas os ~urdas,. o mais des– venturado : reluta, com pertinacia, em nao ouvir. ~sse alguém que permitiu ~e, consumasse, pr~gre~si– vamente, a atrofia dos sentidos ate a completa abla~ao, e o h h d . rn· 0 É O homem do tempo em que vivemos. ornem o 1e . d . 1 t É , . - quer vêr o despenha eira que per us ra, em cego, nao · t 1 d . - à m·a total É surdo; nega.se a ouvir ua pa avra rreçao ru · . t A • - d t É mud o· teima com pres1s enc1a, em nao pro- re en ora. • ' • t · ·t dades o.ternas que ensmas e, cuJos precei os con- pagar as ver 'v _ têm a única fórmula de salvaçao · -57-

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