Revista da Academia Paraense de Letras 1962

REVISTA DA ACADEMIA P ARAENSE DE LETRAS Nós, os atuais integrantes desta Con gregação, que, de alunos, no§ tornámos mestres, prosseguimos em suas t ar efas magist eriais, permanecemos no amanho espiritual da gleba jurídica, para que nela se alteiem out ras ár vores de frondes vicejantes. produtoras de sazonados frutos. Cumpre-nos manter, nest e educandário, uma luminosa tradição, seis vê– zes decenal . Par a isto, necessitamos de um guia, de um n ort eador , de um mestre. Temos o propósito de transmitir, com seguranca, aos audientes de nossas lições os conheci– mentos ela ciência humana que professamos. Não quer emos, porém, sentir, nas preleções saídas de nossos l2bios. uma pa.– h vra seouer em conflito com as verdades que revelast e . Reconhecemos a magnitude de nossos encar gos . Cabe_ nos ensinar à juventude uma ciência básica na constituição das sociedades humanas, e que vem sofrendo colapsos deso– ladores, resultantes da incompreensão dos µróprios homens . Há crise no mundo contemporâneo. O homem recusa as ver.dades da Fé, que est ão acima da Razão, mas não a con– t rariam. No fastígio da autolatria, chega a investir contra evidentes princípios racionais. Fé e Rãzão, únicos susten– t áculos de sua di_~nidade pessoal, são repudiados porque se ouõem à satisfaçao de seus interêsses espúrios, inconfessá– veis. Contempla, amoroso Reden tor. a angústia que vai pelo mundo. quase ating·indo as raias do desespêro . O princípio da autor idade profundamente debilitado pela impudência ;e cupidez daquêles que o encarnam. Esauecera.m os mandatá– rios do povo que todo poder vem de Deus e que_em seu nome deve ser exercitado. Transformaram as funcoes de mando em fontes pecaminosas de en riquecimento ilícito . Despre– zaram os legítimos interêsses da colet ividade, em cr iminoso adjutório às s_uas g~eis_ partidárias . Há verdadeiras bacanais com os dinheiros pubhcos. Impõe-se, nas democracias, que o bom exemplo, para edificar venha do alto . E o alto nunca se r ebaixou t anto como agora . Jamais houve semelhantes desgovêrno, insen– satez e ir responsabilidad: nos div~sos r amos do poder ~~­ blico . As leis de Deus ~ª.º esquec_1das . As dos homens vi11. pendiadas por seus ~rt1f1ces, aph?antes ~ ~'Xecutores . A Há conveniências p:sso_a1s, espu~c~s. mer:ar!av~1s. :11º faze-las; covardia e mercancia, no aphca-las; v10leinc1a e impudor, na execução . Os legisladores en golfam-se em demagogia estéril em boas obras, pernici~sa e fraudulenta . Juizes apilatam-se . outros merca~ej~~• rmp~.me~ ente, s~ntenças, vulnerando respeitáveis prmc1p10s de Justiça e eqmdade . Administrado– res executam leis em proveito individual ou de grupos, d~- - 52 - ~ 1 J

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