Revista da Academia Paraense de Letras 1962
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS * * Meus senhorse : A APL se engalana hoje para rece– ber em seu conjunto eminentemente democrático, um homem de caráter, um homem que sempre procura estar de pé e em posição de sentido à dignidade, um homem que não se curva, jovem ainda servindo de exemplo másculo e soberbo a uma certa velhice em número bem reduzido felizmente, que se abastarda e ~e corrompe. Um gTande caráter e um grande espírito. E vale logo recordar Renan quando disse "a inteli– gência é um conjunto tão ligado em tôdas as suas partes que um grande espírito é sempre um grande escritor". Cabe aqui perguntar: Por que Jarbas Passarinho é o que é ? Ah ! dirão logo, precipitadamente, alguns : estudou na escola cívica de Caxias. Eu, divirjo e respondo Não! E in– dago: quem educou o menino Jarbas, quem lhe -ensinou as primeiras letras, quem burilou os seus sentimentos, quem plasmou a sua alma em formação ? Foi sua mãe e foi seu pai. Fernando de Azevedo, no volume 17 de suas Obras Completas, declara : "Todos sabemos a poderosa influência prospectiva das primeiras lições que recebemos - essas que, na verdade, formam o homem - pois é nos primeiros anos e sôbre os joelhos da mãe que se criam as mais sólidas vir– tudes e se marcam, em geral, nessa ou naquela direção, as vidas humanas". É no lar, vendo, olhando, sentindo, sofrendo os dramas de nossos pais, enxugando com os nossos sorrisos e as nos– sas travessuras as1lágrimas de nossa mãe, entusiasmando com a nossa tendência para o bem e o certo o sacrifício de nosso pai em nos fazer homem, é no lar que nós aprendemos, de fato, a ser o que somos. As Classes Armadas, a Universi– dade, o Jornalismo, apenas aprimoram o que colhemos no campo fertilíssimo do lar, no campo não, meus senhores, no céu, que o lar é um pedaço do Infinito que Deus colocou ao alcance de nossos pés, de nossas mãos, do nosso entendimento, de nossos sentidos. Foi Inácio Loióla Passarinho quem plasmou o caráter do menino Jarbas, e orientou os primeiros arrancos do filho para a posição invejável que conquistou, conceituadissimo em todo o Brasil, como militar bravo, culto e corajoso e como homem público honrado e honestíssimo . Inácio de Loióla Passarinho - escreveu em 1952 o professor Alves Maia - fêz época lá nos confins do Acre montando no Xapuri uma grande oficina mecânica para da; trabalho aos seus protegidos, ensinando o ofício a quantos 0 -35-
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