Revista da Academia Paraense de Letras 1962

1 ~ 1 1 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS cios na sessão de 15-12-1961, o en– tão presidente Ernesto Cruz apresen– tou ao plenário a proposta da firma Fundimond S. A., do Rio, para a venda de uma pequena oficina grá– fica pelo preço de Cr$ 6. 291. 252,00, posta na Guanabara, correndo as· des– pesas de transportes, fretes e mon– tagem por conta do Silogeu. Consi– derando o vulto da importância, o acadêmico Ernesto Cruz julgou im– possível à Academia Paraense de Le– tras arcar com tamanha despesa, o que foi reconhecido unanimemente pelo plenário. O sr. Ernesto Cruz acen– tuou. naquela ocasião, que não devía– mos desanimar, sugerindo que a Aca– demia Paraense de Letras procurasse a SPVEA, pr,opondo que ela nos en– tregasse a Oficina Gráfica pelo preço oue nos fôra oferecida, ficando o Si– logeu na obrigação de saldar o valor do empréstimo, adiantamento ou que desi.1mação tivesse, em trabalhos tipo– gráficos, com redução de preços que nos permitisse manter a referida Edi– tora. em bases econômicas que esti– vessem ao nosso alcance. Acreditamos que as diversas crises políticas que agitaram o Brasil, leva– ram o acadêmico Ernesto Cm2. a não oficializar o pleito da Ac<1, 1 em:a Pa– raense de Letras junto à SPVEA, du– rante os 4 mêses restantes de seu mandato . Ao as5umirmos a direção desta Casa, não cogitamos de solicitar o empréstimo pelo fato de, decorridos 5 mêses, estarem sensivelmente ma– jorados os preços apresentados em dezembro de 1961 pela firma Fun– dimond S. A. do Rio . Por outro lado, sabemos que aquêle órgão fede– ral não recebeu em 1962 o total das verbas que a lei lhe assegura. Mas de pronto teve a Diretoria, e o ple– nário aprovou, a preocupação de se– parar meio milhão de cruzeiros de sua receita para a Oficina Gráfica. Se em 1961, uma pequena oficina custa'Va mais de 6 milhões de cru– zeiros, hoje fatalmente está custando o dôbro ou o tríplo. Requerer a uma entidade um em– préstimo do valor x é fácil. Obter ime, diatamente o financiamento é o difí– cil . Sabemos que o estudo do pedi- do demanda tempo . Não será resol– vido em 24 horas. E o custo das utilidades sobe de hora em hora. Temos um exemplo eloquente : des– de setembro de 1962 está na SPVEA. o pedido da Academia Paraense de Letras sôbre a sua Biblioteca, feita depois de ter a Diretoria conversado com o Superintendente e o dr. Mar– cílio Viana . Mas continuemos : quando o pedido de empréstimo fôr deferido, caso o soja, e integralmente, o custo do que'se pretende adquirir já subiu de preço e muito. Teríamos, então, que solicitar um refôrço de auxílio, demandando novo tempo. E ficaremos nêsse círculo vicioso. A Academia Paraense de Letras não está, todos reconhecem, em con– dições de enfrentar agora, ou dentro de mais alguns anos, despesas de tamanho porte. Nossa receita fixa não vai além d.e 400 mil cruzeiros. Não temos, portanto, - os núme– ros são inflexíveis e indesmentíveis - recursos fixos bastantes que nos levem a arcar com uma responsabi– lidade traduzida em perto ou mais de uma dezena de milhões de cru– zeiros. Assumir tal compromisso 6 passar um atestado de irresponsabili– dade : E foi isso mesmo que o ple– nário, a 15-12-61, reconheceu, depois de ouvir a exposição do confrade Er– nesto Cruz. · Em matéria de economia e finan– ças não podemos pensar ne[!l agir como poetas ou sonhadores. Temos que ser frios e sêcos. Entendemos que assim como con– seguimos a doação de • séde própria conseguiremos·, um dia, mais cedo ou mais tarde, a doação de uma oficina gráfica. E foi por isso mesmo que a Presidência, no dia 30 de agôsto de 1962, quando do almoço oferecido ao sr. Lincoln Gordon, embaixador dos EE . UU . no Brasil, em visita ao nosso Estado, entregou a S. Excia., em presença do ilustre acadêmico Lf. boro Luxardo, um memorial solicitan– do que o Govêrno de Tio Sam doasse à Academia Paraense de Letras uma tipografia, pequena que fôsse. Ao fazermos a entrega do apêlo, ouvi– mos do sr. Gordon a seguinte signi– ficativa frase : ''O sr : Seabra me -~ 263 -

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