Revista da Academia Paraense de Letras 1962

• REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRA~ Temos sido combatidos, mas jamais·falhamos ao nosso de- ver. Aos ataques daqueies que, mais tarde, batem à nossa porta procurando as glórias de nosso convívio, respondemos com o nosso trabalho silencioso e as nossas realizações objetivas. Sabemos o que valemos e, por isso ·mesmo, continuamos nossa luta, a luta dos humildes e dos que querem a grandeza das coisas elevadas, sem intuitos mesquinhos e sem desejos subalter– nos. E tanto isso é verdade que nos ·concursos que promovemos, de responsabilidade própria, e naqueles que patrocinamqs, como o "Samuel Mac-Dowel", instituído pelo saudoso governador Ma– galhães Barata, os sócios efetivos, honorários, e correspondentes do Silogeu não podem participar. . . Não vivemos, por outro lado, embuçados, em túnicas an– tigas, nem nossa casa é uma torre de marlim. Somos homens do povo, do chão procedemos, e amamos a terra como a seiva mais bela da estrutura humana. Acompanhando a evolução da cultura, compreendendo que a literatura se moderniza, temos a satisfação de afirmar que nos concursos literários a APL só tem laureado escritores novos e poetas modernos, moderníssimos, como vem de ocorrer agora, no caso do tenente Luís Paulo Galrao, que concorreu com obra poé– tica abstracionista. Nunca nos apartamos da mocidade, porque moços somos de espírito, de alma e de sentimentos. Não alimentamos o ódio, por entendê-lo autêntico corrup– tor do espírito e da alma, nem defendemos a ambição, por sabê– la indigna da personalidade humana. Durante 59 anos nossa preocupação, nossa constante, nossa luta, nossa insistência, nosso direito de abusar do direito de pedir era uma só: a conquista da sede própria. Agora, que já temos o material, urge executar, traçar, orientar o básico, o que nos dá o direito de ser acadêmicos, de ser imortais: o cultural e o ar– tístico. O futuro se nos afigura sério e grave, porque o passado exige de nós trabalho, dedicação, amor a esta Casa. E zêlo acima de tudo, critério nas ações e dinamismo aos atos. Conscientes dos deveres que nos são impostos, como diri– gentes, conclamos os acadêmico? a nos apoiar, a nos ajudar, a · cooperarem conosco, leal e contmuamente, no trabalho que nos cumpre executar. =- :227 -

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