Revista da Academia Paraense de Letras 1962
• REVISTA DA ACADEMIA PARAENSB DE LETRAS lar Barreto_, nasceram-lhe dez filhos, em sua màioria residen– te_s no Recife . Do segundo matrimônio, com d. Raimunda F1danza de Macedo Barreto da Rocha, dela houve cinco fi– lhos . De um dêstes, Octavio Avertano, jovem intelectual e Professo~, ca,m~ seu pai, recolho estas palavras, escritas em nota muito mt1ma a respeito de Avertano: "Morreu um dia após o se~ aniversário natalício, data em que sua família es– teve reumda, prestando-lhe as homenagens merecidas. Mor– reu lúcido e consciente de ter çumprido seu dever para com a sua terra, sua Pátria e sua família. Desta foi chefe exem– plar. Tinha, no trato com os filhos, a simplicidade e a ter– nura necessárias para fazer-se compreender e amar". São belas palavr8s, que muito honram o filho que só motivos tem de venerar a memória de seu pai 1 A OBRA O homem de letras foi uma constante na vida de Aver– tano. Infelizmente, como é inelutável na Província, perdem– se os nossos intelectuais, desestimulados pelo meio, nos arti– gos esparsos, na obra dipersas nos jornais . É grande a pro– dução que Avertano disseminou por aí, sempre com aquela marca do enciclopedismo, que foi nêle inalterável caracte– rística. Publicou alguns livros, a despeito da dificuldade de o escritor pobre encontrar editor, no Brasil. Entre êles, figura a tese com que se vitoriou no concurso para a cadeira de Fi– losofia. Chamou-a "Fragmentos Filosóficos". Escreveu obras de Direito e de Medicina. Nos jornais de Belém, do Recife, Rio, São Paulo, Lis– boa e Africa Portuguêsa colaborou frequentemente, em prosa e em verso. Conferencista apreciado, sabia dar, ao assunto mais transcendente, um tom ameno e gracioso. Em excelente pa– lestra que proferiu nesta Academia, falou da "Medicina na Literatura e a Literatura na Medicina", em que recorreu à erudição, mesclada à graça, para manter o auditório sempre prêso à su~ palavra. Por _iniciar bem, com~çou, ~ostrand? como é dif1cil, para o médico; formar um diagnostico. Ha clientes que, dizia êtle, descrevem o sofrimento da mulher, dêste modo : "Ela se queixa que a dona do corpo espaiô faz um ano ajuntou ao pé da goela, deu nó que. não deixa engu– lir direito". Outros, menos loquazes, dizem apenas : "Sinto uma gastura por dentro" ... compilou anúncio.s do comêço (lo século. 2ste, por - 21 ~
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