Revista da Academia Paraense de Letras 1962
1. b '-' A FESTA DA ACADEMIA Foram estas as palavras com que ERNESTO CRUZ abriu a sessão solene do 62. 0 aniversário da fundação da Academia Paraense de Letras O tempo nos tem mostrado, que nos dias qu,e decorrem, as Academias de Letras não vivem só dos sonhos dos poetas nem do lirismo dos prosadores. Passadas foram as éras em que as espe– ranças, as quimeras traçavam os rumos das associações culturais, aue viviam do entusiasmo, do idealismo dos moços que as man– tinham, onde o talento dos seus organizadores era, por assim dizer, o único e valioso patrimônio. Hoje as Academias de Letras possuem de par com as suas gloriosas tradições bases econômicas apreciaveis. Aí estão como exemplo a Academia Brasileira e a Academia Paulista de LeJtras, cuja rendas ascendem a somas avultadas, tão grandes e sólidas como foi o trabalho e é a dedicação dos seus dirigentes. Mas não devemos esquecer quantas energias foram dispen– didas, quantas magoas foram sofridas, quantas injustiças levan– tadas durante o árduo labor gasto para garantir a solidez dos seus alidárces. A Academia Paraense de Letras que hoje comemora 62 anos da sua festiva e selene instalação oficial, não escapou aos dias dificeis que, a outros Silogeus também afligiram. Sem séde própria, sem móveis, e o que é pior sem meios de consegui-los, dada a mingua das suas rendas, acomodando-se por mais de meio século em edifícios inapropriados às suas finalidade.s, e isto de– vido a bôa vontade dos governos que se sucederam nesse largo período de tempo, a Academia está, atualmente, se aproximando daqueles sodalicios que venceram os obstáculos que impediam a sua trajetória. É sabido que por longos anos a Academia Brásill8.Íra de Letras funcionou no escritório do acadêmico Rodrigo Otávio - "na sala de frente do sobrado da rua da Quitanda n. 47" na antiga capital da República. Ali ia, diariamente, Machado de Assis, . levado sempre -- .2W --
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