Revista da Academia Paraense de Letras 1962
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS es almou as.mãos pequenas e rechonchud~s e, depois ?-e curo- ~ t r a turma pediu que um de nos lesse o titulo do prunen a ' d f . . - T ou a pa rimeiro ponto. Era : Filosofia, sua e 1:11ça?; . om - i :vra explicou que não havia nada mais dü1cü do que de– f~ir;' entr~tanto, achava que a complexidade do assunt? po– deria ser, desde logo, condensad~ nu~a senten9a 1:1m11:osa de Sócrates, reproduzida por Fanas Bnto, na primeira lmha do primeiro capítulo do primeiro volume da "Finalidade do Mundo" : Filosofar é aprender a moner" ! Conheci-o em 1932, nosso Pr~fessor de Q~íT?ica. Viria a lecionar-nos, depois, Física e Psicologia e Log1ca. Sua:ve no trato, nunca lhe ouvimos o altear da voz. Repreendia, sem dúvida . Mas à feição de quem pedia desculpas ao trans– gressor. A primeira vista, parecia distante, contemplativo, quase abúlico . Tão pronto s_e convivia com êle e essa impres– são falaciosa se apagava. Observador arguto, conhecia-nos a todos e a cada um, com os nossos defeitos e as nossas virtu– des. Apenas não amava a coação e a violência, eis tudo ! Diante da fraude, que era chaga generalizada àquêle tempo (e parece continuar sendo, hoje), mantinha atitude filosófica. Não expulsava de sala os "coladores", mas os co– nhecia a todos e nunca lhes dava grau superior a 3, qual– quer que fôsse a prova apresentada. Por vêzes, parecia di– vertir-se superiormente, fingindo-se enganado. C'erta feita examinava Filosofia. Prova oral. Os pontos eram retângulo~ de papel numerado, enrolados em espiral e dobrados ao meio Por fôrça do. regulamento, uma vez tirados, permanecia~ fóra ~a urna, par9: que s~ n~o repetissem ..: Os alunos, porém, que tmham notóna pred1leçao por um deiles, traziam, empal– mados, um papelz~ho _P0r êle~ ?lesmas preparado, igual aos outros na forma, e f~~1aI? retrr~·lo do interior da urna. Aver– tano, ~om a ~ua pac1encia b~d1Sta, aceitava sem protesto a sucessao maciça do mesmo numero., A proporção em que 08 mesmos pontos se avolumavam, de fora da urna Avert . lançando os graus, na sua maneira habitual. 1n'alte ,an 1 o 1 ª h o e 1h d . t A • ... rave no um r, s me ava esm eresse e distancia como fechasse apenas em seu mundo interior. o~ exam qufem se 1 t t d - lh es raudu- en os, cou u o, nao e arrancavam mais que a t , . d º f ... no a m1- mma que correspon 1a, em requencia exatament , mero de pontos falsificados que, ao térn'.iino da pro e ª 0 nu– toavam-se à frente de Avertano. . . va, amon- O PAI DE FAMtLIA Casado em primeiras·núpcias com d. Alexandrina Vil-
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