Revista da Academia Paraense de Letras 1962

• REVISTÁ DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS tras, deviam era - "cantar, conversar com estrelas, na ansia de estética e na inquietude da perfeição". Não podemos fugir, no entanto ao - "momento áspero do mundo, em que as questões financeiras •e econômicas resumem os ideais humanos ... ". Ainda· hoje, aqueles momentos asperos não se modifica– ram. Ant:1S aumentaram crescendo assim, a responsabilidade de manter e estabilizar as associações de fins culturais, como a nos– sa, para que os seus objetivos se concretizem, sem os t2mores e as inconveniencias que sofreram no passado. Foi isto o que 11e:alizamos na Academia Paraense de Letras. Conseguimos, assim, graças à compreensão a confiança e a ajuda dos senhores academicos em geral e dos nossos compa– nheiros de diretoria em especial, trabalhar sem descanso, para que das trevas que nos afligiam, passarmos à luz que é, no conceito poetico de Alvaro Moreira - "o ouro dos pobres". Quando esta casa se ilumina, se enche.de luz, para a festa da inteligência e da arte e acolhe o que Belém possue ·de mais distinto e aristocrático na sociedade paraisnse, é então o momento de exultarmos de alegria, é então o instante de recolhermos o fruto da árvore que plantamos com a pertinácia e a Fé do bom semeador de que fala– va o iluminado padre Antônio Vieira, é então, a hora de levarmo_s os nossos agradecimentos a Deus, por nos ter dado forças e vida para ch·1garmos ao fim da jornada, sabendo que fomos úteis à co– letividade. Damos por finda a nossa incumbência. Paramos no cami– nho que nos foi determinado nesta missão. De uma feita ante a indecisão do marinheiro que tentava a travnssia do mar, devido a furia das ondas, Cezar incentivou-o, dizendo: - Vai com coragem, pois levas Cezar e a sua fortuna! Aos acadêmicos que hoje iniciam a administração desta casa, não será .necessária a exortação de Cézar. E' qu1~· êles conduzirão a bom porto, sem temer as procela~ esta fortuna que lhes entregamos agora, que é a Academia Pa– raense de Letras. Está aberta a -ses.são ! ~ O DISCURSO DE GEORGENOR FRANCO Ao tomar poss.: da Presidência da Academ.ia Paraense d·e Letras, em solenidade realizada a 3. de maio de 1962, o nosso con– frade Georgenor Franco proferiu o seguinte discurso: "Assumo hoj,: a Presidência da Academia Paraense de Le– tras exatamente no ano e no mês - feliz coincidência - em que ela completa 62 anos de existência e eu 20 de vida literária. Dês- - · 221. -

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