Revista da Academia Paraense de Letras 1962

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Lentamente, subimos as escadarias, parecendo o mais, tudo deserto. E o egregio homem de letras, talvez, levemente décépcio– nado, penetrou no salão nobre. Aí, então, deu-se um passo de mãgka. Academicos com suas famílias e convidados, formando umas 150 pessoas, sentados em anfiteatro, todos até então calados, irromperam numa estrepitosa salva de palmas, que foi uma explo– são incontida dum entusiasmo vulcanico e inesperado. Um surto emocional pareceu dominar o velho academico, taes foram os osculos que lhe afagaram as mãos, como se fosse de uma eminência sagrada. Serenados os ·animos, deu-se começo a homenagem, que a palavra fulgurante do Presidente enalteceu em formosa oração, sendo ofertado ao eminente vulto das nossas letras, um gigantesco "bouquet" de flores naturaes. Os oradores seguintes foram breves e eloquentes, dando um cunho todo afetivo áquela deliciosa festa do espírito. A seguir, todos os membros do nosso maior cenáculo in– telectual posaram para uma fotografia coletiva, ficando sentados bem ao centro do grupo, o Presidente e a Personagem, no mo– mento, destacada pelo nosso carinho. Ilustres e caros confrades figuraram alguns em última póse, formando a coletanea de mentalidades, que hoje, passados anos, desperta a lembrança mais sentida e evocadora. Na organização da festa que se realizou com tanto êxito, publkamos três crônicas que inserimos aqtti, como um reposi– tório vivo de reminiscências saudosas. No quadro apanhado pela objetiva vêem-se : Paulo Eleutéruo Senior, Acilino de Leão, Heliodoro de Brito, Remigio Fernandez, Orlando Lima, Manoel Lobato, Rainero Ma– roja, Jaques Flores, que a Morte dura fêz desaparecer, sem des– truir em nós, no entanto, o inextLnguivel sentimento de fraterni– dade, que não se obumbrará no nosso espirtito nunca ! ... UMA GLORIA DA ACADEMIA _,,.,_ MURILO MENEZES A Academia Paraense de Letras comemora neste maio f es– tivo, o seu Cinquentenário, tendo abrigado já no seu seio, duas geraçõês de homens de letras, no que o Pará tem possuído de mais egregio na sua familia de intelectuais. - 186- •

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