Revista da Academia Paraense de Letras 1962

,. .. ANDORINHA Andorinha fugaz que ao vento arrosta, Asas ruflando pelos vendavais, Vêzes tantas, serena, predisposta, De que não volta para nunca mais . .. Que nos seus vôos nos desvãos da encosta, Iludida por glebas outonais, Lança-se, incerta, n 'outra vida exposta, Muito dista,nte, além dos litorais . .. Indiferente, quão diversa a sina, Quão discordante faz sua nortada Ao transferir o pouso em qu.e se aninha . Assim deixei a plaga· nordestina, Quando encetei a minha retirada E me tornei, também, uma andorinha. RAUL BRAGA - 183

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