Revista da Academia Paraense de Letras 1962

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS uma "Sociedade Paraense de Ciências e Letras". Medraram no Pará, como se vê, o cientifismo, o parnasianismo, o naturalismo e o simbolismo. Expressivos órgãos da cultura têm sido o Instituto Histó– rico e Geográfico do Pará e a Associação de Imprensa do Pará. Em 1910 surgiu a "Escola Moderna" ou "Arte Nova" - rompendo os moldes da poética no Brasil: na Amazônia, regis– tra Eustachio de Azevedo, foram ou são adeptos dessas correntes, dentre outros, Alfredo Ladislau, Pio Ramos (Aldo Guajará), Rai– mundo de Morais, José Coutinho de Oliveira e Ernesto Cruz - êste último; como disse, o atual presidente da Academia Paraense, jornalista, escritor, professor e historiador festejado. Além de um livro de contos e lendas amazônicos - "Da Roça" - lançou um volume de estudos etnológicos da língua tupí: "Na terra das Igaçabas"; uma obra de "Noções de História do Pará" e muitos outros trabalhos, dentre os quais desejo referir as recentes importantes conferências enfeixadas em "Temas da História do Pará", de 1960. A propósito dos grandes nomes dos ocupantes das cadeiras da Academia Paraense de Letras irá, por certo, tecer brilhantes considerações o Acadêmico Carlos Garrido. Tendo surgido a i~éia de fundar a Academia por volta de 1889, concretizou-se o empreendimento, como disse, em 1900, com a fundação e a instalação do Cenáculo, sob a presidência de João Marques de Carvalho, primeiro escolhidos 30 membros e de– pois aumentado para 40 o número, a exemplo das demais aca– demias literárias do pais. Teve períodos de recesso e outros de intensa atividade a Academia Paraense, ao longo de sua existência de cêrca de 42 anos. Seus presidentes foram, dentre outros, depois de 1928, Heliodoro de Brito, Luiz Barreiros, Acilino de Leão, Oswaldo Orico, José da Costa Palmeira, Deodoro de Mendonça, Eduardo de Azevedo Ribeiro e outros. Em agôsto de 1940 a Academia reformou seus Estatutos e aderiu a esta Federação das Academias de Letras do Brasil. Aqui está a outra razão determinante da escôlha do mês de agôsto corrente para a posse dêste delegado da Academia Pa– raense nesta Federação, uma vêz que se comemoram neste mês 0 vigésimo segundo ano de filiação da Academia a êste Colegiado. O mês de agôsto representa, portanto, não apenas a ade– são do Pará à independência nacional, mas, aquêle em que se in– corporaram a esta Casa, como mais um ato de sábio civismo e de altivez cultural, os paraenses, através de sua elite mental e de seu Cenáculo de letras. - 178 - G ('

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