Revista da Academia Paraense de Letras 1962

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS tanismo: Vilhena Alves, Severiano Bezerra de Albuquerque, Fernandes Belo, Teodoro Rodrigues e Acrísio Mota. Ao lado deles, o português Francisco Gomes de Amorim, afeiçoado à vida amazônica e prestigiado por Garrétt. No decorrer dos tempos, outros sertanistas, dentre êles o também gramático Júlio César Ribeiro de Souza. Na oratória sacra, nas letras jurídicas, na história, na polêmica houve expoentes que se destacaram, assim, como, na arte dramática, na ficção e na poesia, no jornalismo, no ensaio político e cientüico. Vasta a bagagem literária e intelectual da pleiade que se des.envolveu sob o céu equatorial da.s margens amazônicas, não seria possível resumí-las nesta modesta oração. O condoreirismo e o emancipacionismo _escravocrata de Castro Alves chegou ao Pará com diversos poetas, dentre êles Mucio Jacrot e Inácio Moura; dêste último os seguintes, interessai> tes versos: "Sigamos adiante: a Idéia Caminha como Protêu; · Tem a cabeça do Dante E o facho de Prometeu; A campina una-se aos montes, Aclarem-se os horizontes, Que a terra una-se ao céu; Sequem o cálice os cravos, Não pode haver mais escravos, - Do porvir rasgue-se o véu !" Outros vultos: Inglês de Souza, José_Veríssimo, Paulino de Brito, João Marques de Carvalho, Frederico Rhossard, João de Deus Rêgo (maranhense radicado no Pará), Paulo Maranhão, Hermeto Lima e Sant'Ana Nery. Com a extinção da escravatura, cessou o movimento abo– licionista, que tanto deu vida à letras paraenses. Surgiu, em 1895, o grupo denominado "Mina Literária", associação que tinha por objetivo desenvolver a literatura no território da Amazônia. Mais tarde, foi fundado o "Centro Literário Amazônico" e outros grêmios, como a "Oficina Lite– rária", o "Clube C_oelho Neto", o "Apostolado Cruz e Souza", o "Grêmio Estudantmo Paraense", "O Cenáculo", "O Oráculo", 0 "Grêmio Literário Fagundes Varela", que duraram até o pri– meiro decênio dêste Século XX. Passou então, preocupar os intelectuais a idéia de editar publicações. Até por volta de 1920 e ainda a êste tempo, outros núcleos culturais e artísticos flo– r~sceram dentre êles uma "Sociedade de Homens e Letras do Pará"' e uma "Academia. dos Poetas Paraenses", assim como - 177 -

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