Revista da Academia Paraense de Letras 1962

o REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS agora enrigecer êste braço e estender outros. E o colôsso será revolvido e posto no devido lugar .. . * "' * A escôlha do dia de hoje para a solenidade de minha posse nesta Federação está relacioiada com a passagem da grande data paraense de 15 de agôsto, há dois dias atrás, consagrada à come– moração da adesão do Pará à independência do Brasil. Para rememorar os importanets fatos históricos, nada m~ Jhor que ler aqui algumas das palavras do historiador Carlos Xa– vier, no volume TI.de seus "Feriados do Brasil", no capítulo con• sagrado aos fastos históricos da então Província do Grão-Pará : - 15 de Agôsto de 1823: "na nobre sala do docel de palá– cio, as altas autoridades, civis, militares e eclesiásticas proclama– ram, ao som da mosquetaria e artilharia, solidariedade à indepen– dência, solenizada com o respectivo Te Deum e anunciada com a salva de 21 tiros que, da fortaleza da Barra, em correspondên– cia com a que do brigue Infanto D. Miguel, éra dada pelo Capitão- Tenente João Pascoe Greenfeld" (pg. 323). · A data é eminentemente comemorativa, pois os aconteci– mentos políticos se desenrolaram a· 11. Não desejo, neste momento, Sr. Presidente, apreciar o pro– blema histórico nem penetrar nos aspectos polêmicos da atuação de cada uma das figuras que participaram dos magnos aconteci– mentos. Os escritos do Des. Palma Muniz e outros consagrados ao tema são apaixonantes repositórios de civismo. Fica, por ora, apenas o registro deste acontecimento cívico, acrescido de que um motivo literário também levou-me a escolher o mês de agôsto para minha posse, nesta Casa, como adiante re- latarei. ' Retorno, por isso, à literatura. * • * Voltando ao grande José Veríssimo,. êle escreveu, em mo– mento de má inspiração (eram raros nêle tais momentos), não ser possível figurar o Pará na História da Literatura Brasileira, pois que, lamentàvelmente, a tal Estdo · " civilização brasileira nada, absolutamente de- ,. . ' ve" ("Rev. Amazomca". Contra tal assertiva investem, com carradas de razões, es– tudiosos da literatura amazônica, à frente o destacado J . Eusta- -175 -

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