Revista da Academia Paraense de Letras 1962

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Em seguida, deixando a imensidão amazônica para concen– trar sua atenção globalmente po destino do Brasil, tem ocasião de afirmar, em sua visão : - "O Brasil ... é todo vida"; - "é o coração tropical do Nôvo Mundo, e cuja fertilidade vai além da imaginação do homem" . - "Tôda a riqueza da terra, em cima ou em baixo da capa humosa, dilata a promessa do Brasil"; · - "no Brasil nascerá uma cultura tropical ao feitio do Nôvo Mundo". E depois de um pequeno pouso nesta Guanabara, "síntese de tôdas as fôrças do Brasil" , em que "o povo é a continuação das ruas" - e no meu São Paulo, em que vê "uma Chicago - com– primida, retorcida em forma :vertical, mais dramática e mais ri– gidamente caracterizada, como convém a um povo latino", pro– clama, enfàticamente, que, ao seu prenúl)cio, "As florestas · serão dominadas, as febres expul– sas . O Brasil será ainda trópico, mas sem pre– cedentes-na história do homem. Porque êle terá feito _uma aliança em têrmos de igualdade, da mãquma e da floresta". Estas expressivas páginas de Waldo Frank mostram a im– portância da Amazônia em relação ao ·conjunto do Brasil, sua influência no passado, no presente e no futuro. Tal influência, que é de corpo e de alma, de terra e ·de concepção de grandeza econômica, social e política - nutre fun– damentalmente a alma brasileira, que é amazônica numa porcen– tagem razoável, tôda ela. Cada um de nós, ainda que nascidos no extremo sul, ou em distantes terras, traz dentro de si um pouco do Amazonas um pouco da ânsia de dominar e solucionar o problema amazô~ico, imensas terras de riquezas incomensuráveis, a serem racional– mente aproveitadas. o avanço sôbre o Oeste, com a construção ·do grande centro urbano do Planalto Central, conforme a concepção e o nome idea– lizados por José Bonifácio - Brasília - já constituem um pre– núncio de que não será difícil a conquista definitiva do Amazonas. A recente construção da estrada Belém-Brasília sem dú– vida foi o primeiro braço a estendér-se para o contacto das mãos civilizadora do sul com as energias de progresso no Norte. Resta - 174 -

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