Revista da Academia Paraense de Letras 1962

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS sôbre os movimentos americanistas e o Brasil; Othon Costa con– ceituar problemas culturais brasileiros com aquêle senso intelec– tual que todos lhe reconhecemos, de destemido e lúcido cultor de idéias e do verbo; Carlos Xavier dissertar sôbre Anchieta, sô– bre a restauração pernambucana ou a história da fundação do Rio; Olavo Dantas, apaixonado do mar, evocar-lhe a grandiosidade e as belezas misteriosas, também muito brasileiras, que tão bem sabe o Pierre Loti baiano cantar, em suas crônicas e versos; Cris– tino Castelo Branco invocar o vulto de Silva Jardim ou Clóvis Be– vilaqua; Cumplido de Sant'Anna, com sua oratória de artista, tra– çar o perfil de Cruz e Souza; o nobre presidente José Augusto invocar os vultos que conheceu, em sua longa e gloriosa carreira de político e de intelectual; Apolônio Nóbrega e Horácio Almeida referirem figuras e fatos da Paraíba; o professor Almeida Cousin, com esplendida visão de conjunto, relacionar os movimentos esté– ticos brasileiros com as correntes universais; Modesto de Abreu dissertar sôbre Machado de Assis; Rhoncion Serpa rememorar a vida e a obra de Oswaldo Cruz ou ler um de seus bonitos poemas; Julia Galeno referir algum poeta cearense ou dizer versos; Fran– cisco Leite referir algum vulto ou aspecto paranaense ou ainda declamar uma de suas poesias. O convívio dos sábados , pois, um permanente curso de coisas e homens brasileiros - e a êle nos afeiçoamos, a êste con– vívio de eruditos que não se despiram do senso verdadeiro, por– que são mestres verdadeiros. Esta Federação, pelo conjunto de expressões que reune, torna-se, sem dúvida, · notável assembléia capaz de dar o facies quase real da mentalidade literária brasileira. Certo que a idéia da criação de "tão belo concílio ecumê– nico das letras nacionais - esta Federação - se deveu antes de mais nada ao generoso pensamento e à ação empreendedora de Afonso Costa", ao tempo do 1.° Congresso de Academias de Le– tras do Brasil, em 1936, nesta Cidade: quero, por isto, agora, como velho amigo que fui e admirador que sou de Afonso Costa, ante a vitória do grandioso empreendimento, render-lhe, também, nestas minhas palavras iniciais perante a Casa a que passo a pertencer, minhas homenagens sinceras. O escritor baiano, de saudosa memória, foi, realmente, o "paladino da idéia de con– fraternização da cultura nacional, através da união de esforços das entidades culturais do país de norte a sul" (Rev. das Acade– mias, n. 70, pg. 5). ·Faço minhas as expressões com que êste Sodalicio consagrou o idealizador da obra, que conseguiu tornar realidade um sonho de brasileiro e de intelectual preocup·ado com o todo cultural do Brasil. - 171 --

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