Revista da Academia Paraense de Letras 1962
• -O i; ill REVISTA DA ACADEMIA p ARAENSE DE LETRAS nia, Da Cirand•a ao Luar, Da Cidade em Ruinas, Da Estrela da Tar– de, Da Serêia e da Onda, De um Beijo, Do Silêncio, Da Despedida, Do Tempo . . . Se tirarmos, ao acaso, por exemplo, a Canção do Mar, reci- taremos: Dorme ao vagar sonóro e lento... Atira' ao chão teu pensamento a rolar ... Deixa que a brisa suave e mansa traga doçura, traga esperança do mar. Qualquer coisa de Tagore, na "Lua Crescente", pela deli– cadeza da tessitura dos versos, encantadoramente suaves e sim– ples. De ·vossa obra de prosador e conferencista, tendes duas palestras dignas de estudo atento e de leal aplauso - na que pro– nunci~steis sôbre Eça de Queiroz, em comemoração ao seu cen– tenário, na Casa dos Poveiros desta capital, em 20 de setembro de 1945; e na que proferisteis no auditório do Asilo Gonçalves de Araújo, em São Cristovão, ainda desta capital, aos 13 de outubro de 1946, sôbre "O Espírito Caritativo dos Portugueses", aos aus– pícios da Casa do Porto. Relendo-as, ainda recentemente, embalado pelo vosso -las– tro despretencioso de cultura e pela elegância de vossa dialética, 1ao encanto do que contais e das revelações que fazem, recordei os ·1nstantes que pousei frente à casa em que nasceu o romancista incomparável, em Póvoa do Varzim, e diànte do seu monumento num refúgio ou gloriêta da rua do Aleclim, em Lisbôa, obra prima de Mestre Teixeira .Lopes, que também esculpiu o mausoleu de Oliveira Martins, com alegoria genial à História, um monumento a Júlio de Casfühos para praça de Porto Alegre, Rio Grande do Sul e os portais de bronze da nossa Candelária, fundidos em Paris e p;emiados ali na Exposição Internacional de 1900. Da casa em que nasceu o Eça, infelizmente, não vós posso dar melhor notícia; mas do seu monumento, em Lisbôa, quero que aceiteis esta lem– brança (14), em memória daquêle 20 de fevereiro de 45 e desta data em que vós digo que o autor de A Cidade e as Serras esteve no Pará, quando se dirigiu ou quando regressou de Cuba ao ser– viço consular do seu país, e que lembre que o maravilhoso ·mis– sivista das Cartas de Inglaterra e dos Bilhêtes de Paris tem aqui outro monumento, do escultor Pinto do Couto, condenado como ·- 167 -
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