Revista da Academia Paraense de Letras 1962

REVISTA DA A CADEMIA PARAENSE DE LETRAS. preciosos com referência à vida intelectual e literária da terra na– tal; Natividade Lima, Fran Pacheco, Barão de Marajó, Arthur Le– mos, Amélia Schussler e Guajarina ·de Lemos (as mulheres de es– pírito, sempre hombro ·a hombro com os homens de espírito!), Arthur Viana, João Lúcio de Azevedo, Alcides Bahia, Manoel Lo– bato, Emílio Goeldi {tão celebrado pelo afamado Museu Goeldi que legou ao Pará), o poeta Frederico Rhossard e Raúl Azevedo .. . Raúl Azevedo ! se já não estivesse, tão só, na nossa lem– brança, na nossa gratidão e na nossa saudade, sim, seria êle que vos deveria estar recebendo nesta hora de sol, coroada de rosas .. . E que evocações amenas, amaveis e grandiosas, e que re– velações impressionantes e memoraveis êle nos haveria de fazer!... Para atenuar, entanto, a minha desvalia, na quase decep– ção dêste episódio, face a não poderem responder à chamada nem o General, Professor, Ismaelino Sarmento de Castro nem o Comandante Toríbio Lopes, para dar-vos as nossas bôas-vindas, preciso dizer-vos que, vai por cerca ~e cinqüenta anos e já podia eü defrontar, por duas vezes num intervalo de doze meses, a ca– minho ou de regresso de Manaus, a Splendum Civitas - com o seu porto moderno a que já acostavam imponentes transatlânticos (sem esquecer, especialmente, os ingleses e os alemães), com os seus boulevars, as suas alamedas e as suas avenidas; com as suas praças, os seus parques e os seus bosques; com os seus bonitos bon– des fechados e as suas aristocráticas carruagens tiradas por pare– lhas de raça; com os seus palácios e as suas mansões; com as suas igrejas e as suas escolas; com os seus hoteis e as suas casas de espetáculos, os mais yartados; com os seus diferentes serviços ur– banos, perfeitos, inclusive os da sua feérica iluminação; com as suas mulheres encantadoras e os seus homens viajados e cultos, educados, não r aro, na Europa e nos Estados Unidos . . . Não se conhecia o Rio ou São Paulo, nem siquer Salvador ou Recife, mas demandava-se, de contínuo, Paris ou Londres, como apôio para digressões demoradas e do mais fino sabôr eclético. Prova disso é que não haveria solar de São Jerônimo ou da Avenida da Independência que não tivesse as suas preciosas télas de família assinadas por famosos artistas do Velho-Mundo... Ia-se provêr. o guarda-roupa em Barbados com a mesma naturalidade com que podemos procurar hoje, aqui, os mais sortidos e reputados maga- zines ..·. · Ainda não havíeis nascido, paulista e paulistano, na já ci– clópica Metrópole Bandeirante - aliás no dia em que também nasci, trinta anos antes, na vetusta e veneravel Soterópolis Bahia– na - e já podia eu ter a fortuna de escrever na revista A Semana, de Belém, da experimentada, ilustre, competente direção e pro– priedade do escritor e poeta Bruno de Menezes, que posso vêr, - 160- • 1

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