Revista da Academia Paraense de Letras 1962

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS vem exaltam e iluminam as letras nacionais, com reconhecido re– nom~ e proclamado esplendor na Inteligência regional ... De fato, se nos debruçarmos sôbre,o alvoroçado e irradiante ambiênte espiritual da glorioi:a terra· paraense, haveremos de r e– conhecer que a sua gente, animosa e viril, sempre soube se mani– festar alerta e lúcida, e em um dos vossos livros, creio que o "Per– sonagen~ e Simbolos", não esquecestes de consignar que- "quan– do em agosto de 1820 uma revolta na cidade do Pôrto exigiu que fôsse constitucionalizada a Monarquia Luzitana, pois já havia mais d ::1 um centênio que não se reuniam as Côrtes, aderiram ao movi– mento no Brasil a Bahia e o Pará", a Bahia, admitiremos, porque havia sido a Capital da Goiânia até 1763 e continuava sendo a célula mais vibrátil e acesa da vivência lusônia no Ultramar - lusônia no que essa expl"~são poderia exprimir de mais avançado e erguido! - e·o Pará, também haveremos de convir, porque já era um fulgurante luzeiro a clarear os horizontes da nova Pátria n~cente, esta que, no conceito de Antônio José de Almeida, quando nos veio agradecer, em nome de sua Pequena Nação Monu– mental e Eterna, o havermos feito a nossa independência, proje– taria pelo futuro adiante, e sempre com maior grandeza da ação altaneira e do denôdo decisivo de nossos antepassados . . . Mas, se nos quizermos aproximar, apenas, até às últimas décadas do milênio anterior a êste em que atuamos, sentiremos que uma associação de homen de letras já alí fazia época, objeti– vando - segundo Getúlio Santos, no seu livro de crônicas Letras, publicado em Porto Alegre - "a maior fraternidade entre os as– sociados ,9 o desenvolvimento da literatura amazonense, por todos os meios ao seu alcance". A iníciativa, consoante acentúa o erudito Ary Martins, da Academia Sul-Riograndense de Letras, partiu do poeta Natividade Lima, que a 2 de agosto de 1894 reuniu em um prédio da rua da Trindade alguns plumitivos e lançou os fundamentos do grê– mio, curioso e quase desconcertante desde a legenda adotada de "Mina Literária", e destinado, conforme a proclamação do 1 dia, a "afrontar a burguesia chata em terra onde sómente se cuida de câmbio e de borracha". Compareceram a êsse encontro inicial, acrescenta o erudi– to Ary Martins, sendo assim os legítimos fundadores da entidade, além do idealizador e de J. Eustáquio de AzeV'edo, que era o mo– rador da casa onde teve lugar a assembléia, os escritores paraien– ses Alvares da Costa, Paulino de Brito, Leopoldo de Souza Gui– lherme Miranda, Anísio Mota, Alcides Bahia, Manoel Lobato; João de Deus do Rego, Teodoro Rodrigues, Euclides Dias e Luiz Bar– rmros, evidentemente influenciados pela já famosa "Padaria Es– piritual" do Ceará, da qual os elementos componentes se diziam - 158 - o •

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